Mais um momento em que um militante da esquerda progressista debatia com um militar reformado sobre os rumos do Brasil em 1964: atrás dele (ou seria dela?) militantes reforçam seus argumentos, no mais perfeito figurino democrático. Notem o respeito pela opinião divergente...
O leitor que se apresenta como Artur Lima parece não ter entendido meu último texto, em que falo do duplo padrão ideológico e moral dos esquerdistas para falar de fascismo, ditadura, essas coisas. Ajudo-o a encontrar o caminho da luz. Ele vai em vermelho:
Gustavo, você como um defensor da democracia como se sente ao saber que um grupo de pessoas se reuniu justamente para comemorar um momento da historia Brasileira no qual não houve liberdade ? , uma mancha na historia da democracia.
Primeiro: o grupo de militares que foi agredido covardemente por um bando de baderneiros profissionais na frente do Clube Militar não se reuniu para "comemorar" o que quer que seja. Alguns até poderiam estar lá para celebrar ou movidos por alguma intenção saudosista, mas o objetivo do evento era DEBATER os fatos de 1964. Era um DEBATE sobre os acontecimentos daquele ano, que levaram ao golpe (ou contra-golpe) que derrubou o governo Goulart. Coisa que os esquerdistas fazem o tempo todo, mas não se vê ninguém tentando impedi-los de fazer isso no berro. Os militares estavam lá reunidos para debater e, no caso, expressar sua opinião sobre um fato histórico. Isso é crime?
Segundo: a que o leitor se refere exatamente, quando fala de "um momento da história brasileira no qual não houve liberdade", e "uma mancha na história da democracia"? Ao movimento político-militar de março/abril de 1964, que - é bom lembrar - teve amplo apoio da maioria da sociedade brasileira na época? Ou à escalada de radicalização política promovida e estimulada pelo governo Goulart, que tinha, sabe-se hoje, pouquíssimo apreço pela democracia (talvez menos ainda do que os militares que o depuseram)? É preciso ser mais específico com as palavras e com os fatos.
Terceiro: que eu saiba, NENHUM dos militares que estavam ali presentes, que foram insultados e agredidos física e verbalmente, é acusado da prática de tortura ou outros delitos (e se havia algum torturador, certamente não era a maioria). Estavam lá, inclusive, veteranos da FEB que lutaram na Itália. Isso não fez diferença para a turba de delinqüentes morais que acusou a todos, aos gritos, de "assassinos" e "torturadores". Então ir a um debate sobre 1964 no Clube Militar e/ou ter uma opinião que diverge da visão da esquerda sobre o assunto é ser um "assassino" e "torturador"?
Há o que celebrar dessa época ? não vejo razão alguma para comemorar e sim para se envergonhar.
Repito a pergunta: a que o leitor se refere exatamente? Também acho que não há o que se comemorar em 1964. Até porque, NENHUM DOS LADOS queria democracia. Havia dois golpes em andamento. Ganhou o da direita. Nenhum dos dois me parece louvável. O leitor pode dizer a mesma coisa?
Como você quer se sintam os parentes dos mais de 300 mortos e desaparecidos desta época ao ver que um pequeno grupo estão comemorando os " grandes feitos" deste saldo ?
Resposta: como gente civilizada, e não como um bando de chimpanzés que saem por aí xingando e cuspindo em quem pensa diferente. É pedir muito?
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Mais uma vez: não era uma celebração, era um debate. Mas OK, vamos pensar nos parentes dos mortos pelos órgãos da repressão política, a maioria dos quais envolvidos com a luta armada. Nesse caso, seria justo dedicar pelo menos um pouco de tempo a refletir sobre como se sentem os parentes dos cento e tantos mortos pelos terroristas de esquerda.
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Mais uma vez: não era uma celebração, era um debate. Mas OK, vamos pensar nos parentes dos mortos pelos órgãos da repressão política, a maioria dos quais envolvidos com a luta armada. Nesse caso, seria justo dedicar pelo menos um pouco de tempo a refletir sobre como se sentem os parentes dos cento e tantos mortos pelos terroristas de esquerda.
Como você, leitor, quer que se sintam os pais do soldado Mário Kozel Filho, feito em pedaços na explosão de um carro-bomba em 1968? Ou do marinheiro inglês David A. Cuthberg, metralhado estupidamente no Rio por um bando terrorista? E quanto ao tenente Alberto Mendes Junior, torturado e assassinado a coronhadas pelo grupo do ex-capitão Lamarca? Ou Marcio Leite de Toledo, exterminado pelos próprios "camaradas de armas" (como diria o Zé Dirceu) num "justiçamento" (há vários casos semelhantes)?
Será que a tal "comissão da verdade" (que melhor seria chamar de "omissão da verdade") vai tratar desses casos? Como você acha que se sentem as famílias desses e de outros mortos pela esquerda armada ao ver que os assassinos de seus filhos, pais e irmãos, contra todas as evidências, são louvados hoje como "lutadores pela democracia"? E que ainda por cima receberam gordas indenizações do Estado, ao contrário de suas vítimas, que não receberam nem desculpas. Então somente os cadáveres de um lado é que contam? (A propósito, não há mais desaparecidos políticos no Brasil: foram todos considerados oficialmente mortos pelo governo em 1995.)
Você fala em democracia, mas me parece que esta só é mencionada quando o PT ou a esquerda estão em sua contramão.
Talvez seja porque, hoje, quem ameaça a democracia são partidos como o PT e seus aliados de esquerda, que promovem palhaçadas como o "protesto" no Clube Militar, impedindo na base do grito e da cusparada que militares octogenários debatessem sobre 1964. Um dos que participaram da agressão foi o PCdoB, que queria fazer uma revolução maoísta nas selvas do Araguaia e que, até onde eu sei, não renunciou ainda ao comunismo. Com que direito esses grupos vêm falar em democracia?
E só para que fique claro, não há punks e skinheads por toda a parte entretanto é necessário que se combatam esses grupos com todo o rigor justamente para que não proliferem.
Não tenho nada contra punks (aliás, nem falei neles), já os skinheads e qualquer movimento racista e neonazista merecem a mais firme condenação de qualquer pessoa decente. Não se deve ser tolerante com esses intolerantes. A questão é: e os comunistas? Por que mereceriam tratamento diferenciado?
Trocando em miúdos, o que está aí em cima é o seguinte: militares têm tanto direito a debater sobre qualquer assunto quanto os esquerdistas. Têm o direito de mostrar a sua versão dos fatos e, inclusive, de comemorar os feitos do regime militar, se assim quiserem. Do mesmo modo como a esquerda comemora e venera seus "heróis". Tentar impedir um ou outro de fazerem isso, ainda mais na base da gritaria e da cusparada, além de um óbvio atentado à liberdade de opinião, é típico de trogloditas que acham que são donos da Verdade - e da História. Coisa, enfim, de autênticos fascistas.
Quanto a mim, posso dizer que sou contra todas as ditaduras, de esquerda e de direita. E que, sim, defendo o direito à memória e à verdade - à TODA a verdade.
E o leitor que escreveu o comentário, pode dizer o mesmo?
Um comentário:
Gustavo, não perca seu tempo com estes vagabundos. Eles sequer lêem o que vc escreveu. São pagos com dinheiro deste povo sofrido e faminto para provocar apenas. São cheios de ódio porque feios, burros, recalcados, frustrados etc...
Deixa esta porqueira para lá.
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