Este ano de 2012 está sendo cruel para o humor brasileiro. E para a inteligência.
Depois de Chico Anysio, criador de tantos tipos impagáveis, que marcaram a vida de gerações, mais um dos (raros) gênios surgidos no Brasil deu adeus nesta semana: Millôr Fernandes.
O Brasil já tinha ficado um pouco mais sem graça com a morte do mestre da comédia. Agora, sem Millôr, fica também um pouco menos inteligente. E mais vulnerável - infelizmente - à ação da polícia da linguagem e do pensamento, que age com cada vez mais desenvoltura nesta época de criatividade castrada pelo politicamente chato.
Algumas frases inesquecíveis do grande escritor, humorista e chargista, que também vai fazer muita falta - e que merecem ser lembradas nestes tempos sinistros:
"Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados".
"Eles querem dinheiro? Então não era ideologia, era um investimento". (sobre o Bolsa-Terrorismo)
E a minha preferida, genial em sua simplicidade:
"Livre pensar é só pensar".
Peço licença à gramática e introduzo no léxico um novo adjetivo, derivado de um nome próprio. O Brasil está mais triste. E mais burro. Enfim, menos Millôr.
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