sábado, março 31, 2012

O PAPA E O MARXISMO


Frase do papa Bento XVI, dita durante viagem à ilha-presídio de Cuba, dominada há 53 anos por uma dupla que tomou o poder prometendo democracia e instalou, em vez disso, a ditadura mais longeva do Ocidente:

"O marxismo não corresponde mais à realidade".

Discordo da frase de Sua Santidade.  Como assim, "não corresponde mais à realidade"? 

Por acaso algum dia o marxismo - esse delírio sociológico responsável por mais de 100 milhões de mortos no século XX - teve alguma coisa a ver com a vida real? Quando? Onde? Em 1917 na Rússia? Em 1949 na China? Em 1959 em Cuba? 

Está claro que o Sumo Pontífice se equivocou. Uma ideologia que produziu aberrações como Stálin, Mao Tsé-tung, Pol Pot e Fidel Castro - que agora posa de "tolerante", vejam só... - não corresponde à realidade, nem hoje nem ontem. Sua única correspondência é com a destruição do indivíduo, a tirania, a falta de liberdade, sob o pretexto de uma igualdade fictícia (e que os próprios comunas são os primeiros a jogar no lixo, arvorando-se em elite dominante onde quer que chegaram ao poder).

Então a censura, o Gulag, o paredón - tudo isso correspondeu à realidade um dia, em algum lugar, apenas está "obsoleto"? Mais ou menos como a TV preto-e-branco está para a TV a cores, ou a máquina de escrever para o computador? 
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Já pensou se alguém dissesse o mesmo do fascismo: "não corresponde mais à realidade"? Imaginem só a gritaria...

E a democracia, o oposto do comunismo, teria, portanto, um valor datado?  Ou seja, teria valido para uma certa época, mas não mais para hoje?

Preciso mesmo responder essa pergunta? 

O mais surrealista de tudo: a frase foi dita pelo papa no caminho para Cuba, ditadura marxista há cinco décadas... Logo onde!
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Para ficar perfeita, a frase do papa precisaria ter uma palavra a menos: "O marxismo não corresponde à realidade"

Aliás, jamais correspondeu. Cem milhões de cadáveres - uns 100 mil em Cuba - não deixam dúvidas quanto a isso.

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