sábado, dezembro 10, 2011

MORTOS SEM PEDIGREE (OU: O REVISIONISMO HISTÓRICO ESQUERDISTA EM AÇÃO)

Dilma depondo em 1970, aos 22 anos: a foto pode até ser autêntica, mas a História está cheia de photoshop

De todas as manobras ideológicas destinadas a falsear a realidade empregadas pelos militantes de esquerda, a revisão da História é, certamente, a mais desonesta. A mais deplorável. A mais canalha.

Recentemente, dois fatos deram um impulso adicional a esse processo revisionista em curso no Brasil.

O primeiro foi a criação de uma "comissão da verdade" teoricamente encarregada de investigar casos de violações dos direitos humanos ocorridos no país de 1946 a 1988.

Ao que tudo indica, porém, a tal comissão vai se dedicar somente a expor um lado da moeda, omitindo deliberadamente os crimes cometidos pela esquerda, como sequestros, assassinatos, explosões de bombas etc.

Seguirá, assim, o caminho trilhado por outra comissão - a da anistia - que se dedica, há anos, a contemplar com gordas indenizações famílias de guerrilheiros e ex-presos políticos, muitos dos quais autores de atentados cujas vítimas jamais receberam um centavo, ou mesmo um pedido de desculpas, da mesma comissão.

Nesse sentido, a tal "comissão da verdade" parece espelhar-se naquela criada recentemente pela presidente argentina Cristina Kirchner, com a missão de reescrever o passado da Argentina em termos peronistas, e cujo nome já diz tudo: "comissão de revisionismo histórico"...

Outro fato é uma fotografia, que permanecia até agora inédita, em que a futura presidente Dilma Vana Rousseff aparece sendo interrogada num tribunal militar em 1970, aos 22 anos de idade.

Aparentemente autêntica - pessoalmente, acredito que a foto é verdadeira, sem intervenção de photoshop -, a imagem certamente será usada à exaustão pela propaganda oficial para reforçar o mito da guerrilheira que enfrentou a ditadura etc.

O contraste, em preto-e-branco, da então camarada Stela, de cabeça erguida, e os militares que a interrogam cobrindo o rosto, como que envergonhados, cai como um luva para uma campanha de mistificação, mostrando Dilma como uma heroína da luta pela democracia, perante um tribunal de cruéis inquisidores fardados etc. etc. A versão, até agora unilateral, portanto impossível de ser confirmada, de que ela foi torturada (ainda mais por 22 dias, o que é improvável) reforça a imagem de Joana D'Arc revolucionária.

Assim como aconteceu com o mito do ex-operário "formado na escola da vida" que não trabalha desde 1975 e que só não estudou porque não quis, está em andamento o mito da guerrilheira heróica que ninguém sabe ao certo o que fez.

Quase ninguém se lembrará do motivo por que Dilma, afinal, foi presa e condenada a três anos de prisão: sua participação (que ela chama de "crime de organização") em três grupos terroristas de extrema-esquerda - COLINA, VPR e VAR-Palmares - que praticavam assaltos a bancos ("expropriações", na novilíngua criada pela esquerda radical), atentados à bomba ("avisos"), seqüestros ("capturas"), e assassinatos ("justiçamentos"), entre outros crimes que configuram terrorismo ("guerrilha", segundo o vocabulário politicamente correto).

Também quase ninguém recordará que, de democrática, a luta dessas organizações armadas não tinha nada: pelo contrário, como deixam claro os documentos da época produzidos pelas próprias organizações armadas de esquerda (e reunidos por Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá no livro Imagens da Revolução), o que as guiava não era o desejo de restaurar as liberdades democráticas, que desprezavam como "burguesas", mas, na verdade, a revolução socialista.

Era, enfim, o desejo de transformar o Brasil, então dominado por uma ditadura militar de direita, em uma ditadura de esquerda. Tal como em Cuba ou na Coréia do Norte, países dos quais a luta armada no Brasil recebeu, aliás, auxílio material, em dinheiro e treinamento.

A propósito: precisa dizer qual seria pior - a ditadura autoritária dos generais (que já acabou há anos) ou a ditadura totalitária do partido (que permanece nesses países)?

(Um parêntese: no ano passado, o historiador Carlos Fico tentou na Justiça a liberação de documentos do antigo DOPS sobre a então guerrilheira Dilma Rousseff. Por força de mandado judicial, o STM impediu a divulgação dos documentos.

Eis a oportunidade de ouro para a presidente Dilma mostrar seu compromisso com a transparência e com o resgate da verdade. Se seu passado é assim tão glorioso, por que ela se empenha tanto em impedir que ele venha à tona? Fecha parêntese.)

Lembrar esses fatos, como já escrevi aqui, tem sido um tabu no Brasil. Graças a décadas de hegemonia ideológica esquerdista, a versão da História que se tornou oficial e corrente contempla um lado apenas, o dos "vencidos".

Trata-se de um processo de apagamento seletivo da memória, à moda stalinista. Como tal, é um dos maiores exemplos de seqüestro da História e de desonestidade intelectual de que já se teve notícia.

É o mesmo processo que está por trás do fato de que simplesmente lembrar, por exemplo, os mais de 100 milhões de vítimas fatais do comunismo no século XX seja visto como uma forma de minimizar ou mesmo de justificar as atrocidades "de direita", nazistas ou militares. Como se criticar o Gulag e o paredón significasse enaltecer Auschwitz!

De maneira semelhante, recordar que houve crimes de morte também por parte dos que pegaram em armas contra o regime de 1964 é considerado uma justificativa ou um elogio da repressão policial-militar do período. Como se condenar o terrorismo fosse o mesmo que aprovar ou aplaudir a tortura de presos políticos...

O resultado dessa manipulação histórica, além da óbvia mistificação, é que qualquer comparação entre regimes e ideologias passa a ser proibida. Assim, afirmar que o comunismo matou mais, e com muito mais requintes de sadismo, do que todos os regimes de direita juntos, e mesmo que exterminou mais comunistas do que seus inimigos de classe - vejam os expurgos stalinistas, ou a "revolução cultural" maoísta -, é visto não como simples enumeração de um fato histórico objetivo, mas como ofensa e propaganda, como sinônimo de "reacionarismo".

Subjacente a isso está, obviamente, o aniquilamento de qualquer senso de proporcionalidade. Mal passa pelo cérebro dos que se opõem a qualquer comparação que comparar não é o mesmo que desculpar ou absolver. Se fosse assim, o Direito Penal, que pune com penas diferentes crimes diferentes, de acordo com a gravidade do crime e com o número de vítimas, deveria ser, portanto, extinto. É algo que, de tão óbvio, chega a me dar certo constragimento em mencionar.

Claro, sempre haverá quem se recuse a comparar os crimes de parte a parte, negando-se a fazer "contabilidade macabra" pois afinal "uma vida é uma vida" etc. Quem assim procede só pode fazê-lo por cinismo ou por ingenuidade, eivada de sentimentalismo barato.

O mesmo argumento - "uma vida é uma vida" - é brandido pelos que não se cansam de recordar os cerca de 3 mil mortos pela ditadura de Pinochet no Chile, ou os 30 mil desaparecidos políticos na Argentina, mas não dizem uma palavra sobre os cerca de 100 mil mortos em decorrência da ditadura dos irmãos Castro em Cuba.

São os mesmos que repetem, como se fosse um troféu, o número de 424 mortos pela repressão política no Brasil em 21 anos de regime militar, mas insistem em ignorar as 120 vítimas fatais (muitas das quais, inocentes civis) das ações terroristas de esquerda no mesmo período.

É verdade que uma vida é uma vida. Mas, no mundo mental da esquerda, algumas valem mais do que outras. Trocando em miúdos: mortos são mortos, mas alguns têm pedigree. Os da esquerda, claro.

Estes, assim como os ex-terroristas, têm direito a indenizações e homenagens. Já as vítimas do terrorismo esquerdista não têm direito sequer a um nome.
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P.S.: O nome do livro do qual foi retirada a foto que mostra a então jovem Dilma sendo julgada em 1970 é A vida quer é coragem, do petista Ricardo Amaral. Um título mais do que apropriado. Quando será que a heróica guerrilheira vai mostrar essa coragem, revelando, finalmente, o que fez nesse período? Afinal, quem tem coragem não teme a verdade - toda a verdade, não é mesmo?

4 comentários:

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

A FOTO FOI MANIPULADA
Não há a mínima razão para os militares cobrirem os rostos , concroda? Por outro lado, quem tirou esta foto? Era permitido isto?

Leia MANIPULAÇÃO DE FOTOS PELOS COMUNISTAS
http://gracanopaisdasmaravilhas.blogspot.com/2011/12/livro-com-fotos-originais-expoe.html

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

MIRIAM MACEDO ESTÁ EXPONDO A VERGONHOSA TÁTICA DA ESQUERDA PARA AS INDENIZAÇÕES E SENSIBILIZAÇÃO DOS IDIOTAS
ELA PEDE DESCULPAS PELAS MENTIRAS QUE A OBRIGARAM A CONTAR COMO , POR EXEMPLO, TER SIDO TORTURADA
HEITOR DE PAULA É OUTRO QUE CONFIRMA O QUE A MRIAM DIZ

Juca disse...

O que vou escrever aqui nada tem com o que você publicou. É apenas uma questão que me ocorreu e, como você é professor de história, deve saber a resposta:

Existe algum alemão, filho de alemães, que não sejam judeus, que realmente tenham ido contra o Nazismo na época de seu surgimento?

Anônimo disse...

Essa covarde comunista de nome Dilma Rouseff, nunca foi torturada e nem era pela tal de "democracia" mas sim, queria instalar uma Ditadura Comunista no Brasil! Todos os comunistas são covardes traidores, cagões e medrosos parasitos que no Leste Europe em 1989, foram derubados em 24 horas!
Nicolau da Romênia.