sexta-feira, abril 09, 2010

PARA PENSAR


(ler primeiro o post anterior)

Para quem ainda não entendeu direito o que eu quis dizer em meu último post, aí vai um pequeno exercício.

Suponha que apareça alguém se dizendo totalmente neutro, imparcial, isento e sem preconceitos em política. Alguém que se declara pós-moderno, niilista, que não acredita em fatos, mas em interpretações etc.

Diante de regimes como o comunista, esse alguém não esconde sua total condenação ao Gulag e ao paredón. Revela-se um inimigo feroz e implacável do totalitarismo stalinista e suas variantes.

Perante o regime nazista, porém, essa mesma pessoa muda subitamente o discurso: não quer emitir nenhum juízo de valor, defende a neutralidade e a imparcialidade. Instado a tomar partido, enche-se de dedos e, pisando em ovos, recusa-se a "demonizar" Hitler e seus seguidores, adotando uma postura ambígua. Vai mais além, e considera a condenação ao nazismo um anacronismo histórico, um "resquício dos anos 30".

E aí? O que vocês diriam?

Entenderam o que eu quis dizer com "atitude intelectualmente desonesta"?
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