Leiam atentamente e reflitam sobre o que segue:
Eu trocaria livres e a cultura democrática para ter uma educação, uma saúde melhores do que qualquer outro país. Além de que também trocaria a democracia em pró de maior segurança nas ruas e na vida. Chega de gente analfabeta, chega de gente morrendo em hospitais por falta de atendimento e chega de ser assaltado e violentado por bandidos!
O, digamos, comentário acima foi postado por um leitor anônimo (o que é bastante compreensível) sobre um texto meu em que desmascaro uma por uma algumas das principais lorotas repetidas ad nauseam pelos militontos esquerdistas sobre uma de suas maiores taras, a tirania dos irmãos Castro em Cuba. Trata-se, como qualquer ser pensante com um mínimo de neurônios deve ter percebido, de uma das maiores cretinices que alguém já despejou aqui.
Normalmente, eu não daria a menor bola para um post do tipo, e mandaria a besta que o escreveu para Pyongyang ou para Havana, onde certamente ele se sentiria mais seguro (e feliz). Digo normalmente, porque – é incrivel, mas é verdade! – esse tipo de discurso cretino, beirando a idiotia, tem adeptos. Muitos deles só se atrevem a pensar o que está aí em cima.
Na verdade, louvo essa sinceridade, que só se encontra em crianças e em idiotas: como a vida seria mais fácil se os esquerdistas, que adoram posar de democratas e humanistas, deixassem cair a máscara e abandonassem de vez a lengalenga habitual que são obrigados a usar para enganar os trouxas! Como seria mais fácil para mim se eles resolvessem deixar de lado a pose de bons moços e falar abertamente o que está aí em cima, com todas as letras. "Que eleições livres e democracia que nada! Eu quero é ditadura!" Ou: "Eu lhe prometo segurança e educação e você me dá seu pescoço para ser cortado". Certamente, eu não perderia tanto tempo denunciando as mentiras desse pessoal. Pelo menos ficaria claro que estão se lixando para a democracia e não enganariam tantos otários, que ainda os vêem como os paladinos da liberdade.
Pois é… É incrível como, em pleno século XXI, depois de duas experiências funestas, que deixaram milhões de mortes – o nazifascismo e o comunismo –, ainda haja quem veja nesses regimes alguma virtude, e os prefira à democracia. Não é por falta de informação, claro. Só pode ser por algum mecanismo psicológico mesmo, uma predisposição mental a ser dominado, castrado, escravizado pelo Leviatã estatal. Deve ser a mesma motivação que leva algumas pessoas a sentirem prazer na dor e em ser humilhadas e dominadas - afinal, tem gosto pra tudo nesta vida...
É só isso que explica essa submissão voluntária, realmente sadomasoquista, a um pacto hobbesiano redivivo, baseado num suposto – e totalmente inexistente, aliás – antagonismo entre segurança (ou saúde e educação) e o Estado Democrático de Direito. Na realidade, costuma ocorrer exatamente o contrário: quem se dispõe a sacrificar a liberdade por pão ou segurança arrisca-se a não ter nem uma coisa nem outra - aí estão os totalitarismos do século XX para mostrar. Com relação à saúde e educação, já mostrei que no caso de Cuba, trata-se de uma farsa; ademais, regimes totalitários fornecem uma falsa sensação de segurança, mas quem irá defender o cidadão da violência estatal? (E para ser justo: esse tipo de delírio não é exclusividade da esquerda: cansei de ouvir gente supostamente racional dizer que sente saudades da ditadura militar, por exemplo, pois afinal havia mais segurança nas ruas... É exatamente o mesmo raciocínio imbecil que muitos usam para endeusar a ditadura castrocomunista.)
É um fato lamentável, mas, infelizmente, algumas pessoas são escravas por natureza. Servos vocacionais, são incapazes de viver em liberdade – que sempre implica em responsabilidade individual –; estão dispostas a vendê-la ao primeiro demagogo que aparecer e a submeter-se ao tacão de um Estado opressor, abdicando do status de cidadão pelo de súdito de uma tirania. Como muitos escravos que, depois do fim da escravidão, voltaram para as senzalas, não podem viver sem um senhor para deles tomar conta e decidir sobre suas vidas. São mentes adolescentes, ainda que tenham 60 anos de idade.
Já no século XVI, Étienne de La Boétie diagnosticou, em seu Discurso da Servidão Voluntária, esse estranho fenômeno. Quem topa renunciar à liberdade em troca da proteção do Papai-Estado todo-poderoso? Talvez se eu tivesse seis anos de idade, eu aceitaria isso como algo razoável.
5 comentários:
a coisa é edipiana mesmo
a maioria teve problemas com o pai na primeira infancia - foram abandonados!!!
é doença mesmo!
Prezado Gustavo,
Realmente impressionante a sua disposição de mostrar de forma cristalina a falta de honestidade intelectual dos esquediotas e esquerdopatas. Num de seus artigos você diz que deve ser um problema de dissonância cognitiva. Quando li pensei que não havia grande coisa atrás dessa expressão. Fui pesquisar. Aí descobri que é um termo cunhado por tal de Leon Festinger, que em 1959 publicou um livro “When the Prophecy Fails” resultado de sua infiltração em seitas messiânicas e apocalípticas que vivem anunciando a data do fim do mundo e depois não sabem explicar porque o mundo não acabou na data prevista. Dissonância cognitiva é um total descasamento entre a crença e os fatos. Quanto mais os fatos desmentem a crença mais ela se reforça na cabeça de seus adeptos acometidos dessa disfunção mental. Então vi que serve como uma luva para os comunistas, esquerdistas, socialistas, etc. Desde 1848 quando foi publicado o manifesto comunista que eles vivem pregando o fim do capitalismo. Se em 163 anos ele não acabou, quando vai ser? Não foi em 1929. Vai ser agora? Quando? Mas não importa: tirando os que são esquerdistas por pura safadeza (como a maioria dos petralhas), os outros vão continuar acreditando. È um caso perdido. Mas mesmo assim, vamos propor a essa gente um desafio: Tentemos achar um esquerdista que seja bom em matemática. Vamos fornecer a ele um campo de futebol. Vamos pedir a ele para ir empilhando os 100 milhões de mortos que as revoluções comunistas provocaram no século passado (Revolução bolchevique de 1917: 20 milhões de mortos, revolução chinesa: 50 milhões; revolução cultural na própria china: dizem que foram 10 milhões, Camboja do Pol Pot: 3 milhões, etc.). Esses são os que eu me lembro. Pergunta: Qual a altura que ficaria essa pilha de cadáveres de 100 milhões, tendo por base um campo de futebol? 100 metros? 200 metros? Quanto? Gostaria que algum deles me desse uma resposta. Será que ante essa visão dantesca algum deles mudaria de ideologia? Não, precisa virar neoliberal não! Basta apenas se envergonhar de ter sido um imbecil por tanto tempo, e parar de martelar nossos ouvidos com essas idéias que são verdadeiras afrontas aos mais elementares princípios da decência e honestidade intelectual.
Passando por esse blog, não pude deixar de notar a boa discussão que se está levantando acerca da democracia. Cara, não acredito na democracia, mas isso não me faz de esquerda. O grande problema, a meu ver, da democracia é sua liberdade exacerbada. Tudo pode nessa porra de governo, um oba oba do caralho!
Com toda a certeza o Estado Leviatã é muito melhor e isso não tem nada com ser de esquerda. Quero ver você derrubar argumentativamente a teoria hobbesiana do Estado Leviatã. Quando você escrever um artigo acadêmico que apresente bons argumentos e consiga provar estes argumentos, daí eu concordo contigo.
Renunciar à liberdade em troca da proteção não é nenhum absurdo como pensa a mente democrata. O Estado deve dar ao cidadão segurança, saúde, educação, moradia e tudo mais que se possa esperar do Estado. Ou você vai me dizer que somos seres autônomos, que o Estado é inútil e que só deve existir para preservar a economia? Ou, seguindo suas palavras, depois dos seis anos nos libertamos do Estado e nada mais deve ser por ele garantido. Isso é pura falácia! O Estado tem total importância dentro da composição do cidadão e Hobbes sabia disso. Portanto, te desafio, de maneira argumentativa, a romper com o contrato social!
Viva o Marquês de Sade!
Capa do jornal "O Globo" de hoje (05/11/2011): "Crack já é problema de saúde pública para 64% das cidades - Consumo de de drogas afeta seriamente a segurança em 58% dos municípios".
Se estivéssemos num Estado totalitário era só botar o exército nas ruas e "sentar o cacete" nesses traficantes de merda! Acabar com geral. Além de botar todos esses usuários de droga desmiolados na cadeia!
Mas numa democracia (infelizmente) não podemos fazer isso. Desafio-te a apresentar para a democracia uma solução rápida e eficiente. É possível? Coloco ênfase nesses dois termos que necessariamente devem vir em conjunto: rápida e eficiente!
O desafio está lançado. Alguém se habilita a responder?
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