Está no blog de Reinaldo Azevedo, mas se quem lê estas linhas não gosta dele, também está em diversos sites, a começar pelo da Folha de S. Paulo. O PT, partido de Lula e de sua criatura, o boneco de ventríloco Dilma Rousseff, lançou um jornal em que, entre outras coisas, admite seu DNA golpista. O título do texto a seguir diz tudo. Volto em seguida.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010 5:33
Escrevo abaixo sobre aquele papo de auto-regulamentação da mídia, um debate que, segundo entendo, tem DNA moral da pior qualidade. Nasce da gritaria petralha. Aliás, “petralha” passaria num conselho, ou a palavra seria considerada manifestação de “preconceito”? E o termo “neoliberal” empregado como xingamento? Liberdade de expressão ou manifestação inequívoca de discriminação? Trato do assunto em outro post. Vamos adiante. A direção nacional do PT editou um jornal chamado “Movimentos”. Quem assina o editorial é o presidente do partido, José Eduardo Dutra.
Lê-se lá, segundo informa na Folha Ranier Bragon:“Os movimentos sociais organizados precisam se manter atentos, pois o ‘ovo da serpente’ está intacto e as mesmas elaborações teóricas, sentimentos de superioridade e defesa de privilégios que animaram os golpistas de 1º de abril de 1964 ainda estão presentes nos corações e mentes da elite”.
E onde estariam os golpistas? A turma de Dutra explica, ainda segundo a Folha:
O texto principal do jornal, de 12 páginas, fala que “os articuladores e reais mentores da ditadura” estão “encastelados em entidades patronais, nos meio de comunicação que a ditadura lhes legou, nos espaços conquistados, graças ao seu servilismo, no Poder Judiciário, no Legislativo e na burocracia dos Executivos”.
“Movimentos” procura ainda associar o pré-candidato tucano José Serra, acreditem, ao ambiente que resultou no golpe de 64. É verdade! Serra era presidente da UNE, foi perseguido e teve de se exilar. Em 1973, teve de fugir do Chile por causa do golpe de Pinochet.
Na página 7, manda ver: “É Dilma ou barbárie”, ecoando, de modo bucéfalo, o “socialismo ou barbárie”, da revolucionária Rosa Luxemburgo. A expressão deu nome a um grupo da esquerda francesa. Como se nota, a palavra “Dilma” está no lugar da palavra “socialismo”. Pode-se entender que ela é o socialismo possível hoje — e a boa notícia, no caso, é que isso dá conta do estado em que se encontra o socialismo…
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Um partido que associa uma das vítimas do golpe de 64 a um ambiente supostamente golpista que haveria no país evidencia que não estamos diante das opções “Dilma ou barbárie”. Nesse caso, sou obrigado a concluir que “Dilma É a barbárie”.
Vamos adiante nos desdobramentos lógicos do jornal petista, assinado pelo presidente do partido. Se o ambiente que temos aí — com liberdade partidária, liberdade de organização, liberdade de expressão, Poderes no pleno gozo de suas prerrogativas e imprensa livre — é golpista, é manifestação prévia da barbárie, então Dilma Rousseff é a opção para acabar com essa bagunça. Os petistas contam com a vitória de sua candidata para pôr um fim a essa zorra. Logo, conclui-se que Dilma está se candidatando a dar um golpe nas instituições, em nome do PT, tão logo isso seja possível.
E vejam lá que o Judiciário também está na mira.
As palavras têm sentido. O PT confessa, com o seu jornal, que a democracia que está aí não lhe serve. Isso faz do PT um partido golpista.
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Voltei
Tachar os adversários - ou os simples críticos - de golpistas enquanto planeja, ela própria, um golpe contra a democracia tem sido uma tática frequente da esquerda psicótica, aqui e alhures. E o PT é useiro e vezeiro nisso. Basta lembrar da conversa mole sobre o tal PIG ("partido da imprensa golpista"), uma invenção do PUM (Partido Unificado dos Mentirosos) para encobrir mensalões e aloprados e, de quebra, tutelar os meios de comunicação. Ou da inversão total da realidade, ao ponto do surrealismo, na questão de Honduras, quando a política externa petista apoiou abertamente um golpista afastado por tentar rasgar a Constituição como se aquele tivesse sido vítima de um... golpe (!).
Nem precisa muito esforço para constatar o tamanho da mentira. Ao mesmo tempo em que chama os outros de golpistas, o PT tenta a todo custo criminalizar a propriedade privada e impor a censura, entre outras preciosidades bolivarianas, no tal Programa Nacional-Socialista dos Direitos Humanos, o PNDH-3. E muitos petistas não escondem seu desapontamento com o fato de Lula não ter conseguido emplacar um terceiro mandato, ao arrepio da Constituição. Lula, aliás, já se queixou publicamente várias vezes do Judiciário - alvo constante dos arreganhos totalitários da petralhada - e não poupa elogios a tiranos como os irmãos Castro em Cuba, já tendo afirmado que na Venezuela "há democracia até demais". Praticamente não passa um dia sem que o governo dos companheiros não invente uma maneira de censurar a imprensa ("controle social da mídia", eles dizem) ou não tente impor uma nova medida atentatória à igualdade de todos perante a Lei ou limitadora da liberdade individual. Entre a militância, já nem há mais pudor em defender abertamente que Lula se torne uma espécie de Fidel Castro, algo que certamente seria de seu agrado. E é essa gente que chama os outros de golpistas! É essa gente que se diz democrata!
Ao forçarem a barra e apresentarem, anacronicamente, a realidade partidária atual como uma espécie de reedição de 64, os petistas cometem um duplo atentado contra a verdade histórica e a lógica: primeiro, mostram tucanos e seus aliados como herdeiros das mesmas forças que tomaram o poder em 64, o que é ridiculamente falso; segundo, tentam se apresentar como os únicos e legítimos defensores da democracia contra quem supostamente quer destrui-la - como se eles, petistas, fossem democratas da gema e o governo de João Goulart, deposto em 1964 por um golpe civil-militar, fosse um primor de democracia. Simplificam e torcem até não mais poder a História, de modo a apresentar seus rivais na própria esquerda - José Serra e o PSDB - como representantes da "elite" e da "direita golpista". E há quem assine embaixo disso!
Trata-se, claro, de um exemplo óbvio de inversão psicótica, uma tentativa evidente de manipulação da realidade. Nesse sentido, proponho um exercício: tente ouvir um petista falar por cinco minutos e conte quantas vezes ele chamou seus adversários políticos de "golpista". Depois inverta, ou melhor, recoloque no devido lugar, o epíteto, devolvendo-o a quem o proferiu. O mesmo vale para todos os outros xingamentos que os esquerdistas adoram atirar em quem não compartilha de suas ideias totalitárias, como "fascista" e "reacionário". O resultado será um retrato perfeito do que são e do que querem os lulistas. Eu garanto: é tiro e queda!
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Os petralhas não perdem a chance de revelar sua natureza antidemocrática e golpista. E o fazem principalmente quando acusam os outros dos mesmos delitos que cometem. Seria somente ridículo, se não houvesse tanta gente que cai, voluntariamente ou não, nessa conversa fiada de stalinistas farofeiros.
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