terça-feira, maio 18, 2010

A PANTOMIMA DO ACORDO NO IRÃ


Esqueçam a chanchada bolivariana em Honduras. Ou a criminalização de dissidentes políticos em Cuba. Ou o apoio explícito ao tiranete Hugo Chávez na Venezuela. Ou ao índio de araque Evo Morales da Bolívia. A maior bola fora da política externa aloprada do governo Luiz Inácio foi dada nessa segunda-feira em Teerã, capital do Irã.

"Lula assina acordo com o Irã", foi a manchete de todos os jornais. E logo a petralhada, toda assanhada, foi cacarejando: "Viram só? Nosso Líder conseguiu um acordo; ele estava certo; os EUA e a ONU, que querem sanções, estão errados!". Só faltaram pintar o Apedeuta como o novo Gandhi. Com o mesmo açodamento com que saíram espalhando que Lula fora eleito pela Time "o mais influente" do mundo - quando foi listado, na verdade, entre muitos outros, e com perfil assinado pelo mentiroso profissional Michael Moore (!) -, tentaram novamente enganar os otários e inocentes úteis.

Pois é. No Brasil, muitos se deixarão enganar, mas no exterior a coisa é um pouco diferente. Lá fora, muita gente já se deu conta da patacoada. O tal acordo assinado por Lula, Ahmadinejad e pelo primeiro-ministro da Turquia, que está sendo vendido como um "importante passo para a paz" e como uma "vitória da diplomacia brasileira", não é nada disso que estão falando os tocadores de tuba do Apedeuta. Tampouco Lula é o cara que trouxe o ramo de oliveira para a região mais conturbada do planeta. Como sempre é o caso em se tratando dos petistas, trata-se exatamente do contrário do que eles dizem..

Um acordo entre Lula e Ahmadinejad é mais ou menos como um acordo entre o PT e o MST, ou entre Vagner Love e os traficantes da Rocinha. Ou seja: não vale a tinta em que foi escrito. Acordo entre semelhantes não é acordo, muito menos "de paz". Haveria acordo, e de paz, se de um lado estivessem os aiatolás iranianos e, de outro, os israelenses. Mas, para isso, é preciso que um dos lados reconheça o outro. Ou que, pelo menos, abdique de transformá-lo em pó. No caso em tela, isso significaria Ahmadinejad renunciar a seu propósito declarado de destruir Israel. Alguém vê essa possibilidade num futuro próximo?

Nem mesmo o Chamberlain tupiniquim, adepto da paz a qualquer preço (mesmo que o preço a pagar seja a própria paz), levaria a sério essa fantasia.

O que diz o acordo celebrado em Teerã? O seguinte: o Irã concorda em exportar 1.200 quilos de urânio para a Turquia, um país amigo. Em um ano, esse urânio voltará ao Irã, enriquecido a 20%, supostamente para fins médicos e científicos. E isso em troca de quê? Da promessa de Ahmadinejad de cumprir o acordo, o mesmo que ele já descumpriu antes com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)... Qual a garantia de que ele não repita o mesmo que já fez no passado, e mande a AIEA se danar? A palavra dele, ora!

Em outras palavras: ele, Ahmadinejad, irá manter seu programa nuclear, em troca da promessa - sim, da promessa - de que irá respeitar, de agora em diante, o que não teve qualquer pejo em desrespeitar no passado. É esse o grande "avanço" conquistado em Teerã. É esse o grande "passo para a paz"...

Quem ganhou? É fácil responder. Ganhou Ahmadinejad, que terá mais tempo para enriquecer urânio e continuar a descumprir acordos internacionais, que ele considera tanto quanto considera os direitos humanos ou as regras das eleições em seu próprio país. De agora em diante, ficou mais difícil aprovar as sanções internacionais ao regime iraniano. Ganhou Lula, que conseguiu um palanque para suas ambições megalonanicas de tornar-se um "protagonista mundial". Quem perdeu? O mundo. A paz.

Perde a ONU, os EUA, a União Européia, a Rússia, que agora passarão por "intransigentes" por defenderem sanções contra um regime liderado por um sujeito que desenvolve um programa nuclear secreto e ameaça fazer retornar outro país à Idade da Pedra. Graças à Lula e ao primeiro-ministro da Turquia, o Irã está mais perto da bomba. A paz ficou mais distante.

E Lula nisso tudo? Muita gente se pergunta o que ganha o Apedeuta ao se meter no quiprocó do Oriente Médio. Arrisco um palpite. Lula está se lixando para a região, assim como está se lixando para a democracia em Cuba ou para a ética no Brasil. Para ele, o importante é aparecer. Ele, que é incapaz de diferenciar um iraniano de um árabe, um cavalo de um camelo, considera a questão nuclear iraniana importante apenas porque lhe oferece uma oportunidade de falar mal dos "donos do mundo" e posar de "líder dos pobres". E de encher a própria bola, que não para de ser inflada por um exército de puxa-sacos. Estes o convenceram de que, procedendo assim, estará aberto o caminho para que o Apedeuta receba o Prêmio Nobel da Paz ou a secretaria-geral da ONU. Quem sabe? Houve até quem apostasse que Lula, o filho do Brasil, iria bombar no Oscar (gargalhadas).

O fato de o Irã, um regime teocrático patrocinador do terrorismo, que tem na destruição de outro país uma questão de honra, possuir um dia a bomba atômica é, para Lula, de somenos importância: aliás, é até desejável. Basta lembrar do que disse recentemente seu vice, José Alencar, o inventor da noção de "bomba nuclear para fins pacíficos" (!). Ele, Lula, soma à megalomania um desejo de também possuir a bomba ("Se os EUA têm, por que o Irã não pode ter?", é o raciocínio bucéfalo por trás da tese de "desamarmento global" defendida pelos petistas do Itamaraty). Ele já deu uma dica: "O que quero para o Irã é o mesmo que quero para o Brasil", disse. Para Lula, o mundo estaria mais seguro com um Irã nuclearizado. Isso seria apenas cômico, se não fosse perigoso.

Caso não tenha ficado claro ainda quem ganha e quem perde no tal acordo iraniano, proponho aqui as seguintes perguntas. Tentem respondê-las:

- Ahmadinejad irá renunciar a seu programa atômico? Irá permitir que os inspetores da AIEA o fiscalizem?

- Ahmadinejad renunciou a seu objetivo declarado de "varrer Israel do mapa"?

- Ahmadinejad irá deixar de financiar o terrorismo de grupos como o Hamas e o Hezbollah?

As respostas para as perguntas acima, obviamente, estão ao alcance de qualquer pessoa capaz de somar dois mais dois. O problema é que, nas hostes lulistas, essas pessoas são minoria.

"Mas então, não se deve negociar com o Irã?", pergunta a velhinha de Taubaté. Respondo lembrando alguns fatos esquecidos. A primeira condição para que haja negociação é que os dois lados reconheçam o direito de o outro existir. Somente assim é possível que haja concessões de lado a lado, e que o processo avance. Se um dos lados não aceita a existência do outro, se jurou varrê-lo do mapa, como faz Ahmadinejad em relação a Israel, então não há negociação possível, nem desejável. Qualquer tentativa de negociar, nesse contexto, não passa de uma forma de apaziguar, ou seja, de se render ante quem não deseja a paz. Estes vêem nas negociações apenas uma forma de ganhar tempo e se fortalecer para o próximo golpe. O resultado não é a paz, é a guerra, é o suicídio. Os israelenses sabem disso, e por isso se recusam a negociar com Ahmadinejad, assim como se recusaram a negociar com a OLP de Yasser Arafat enquanto esta não abandonasse o terrorismo e reconhecesse o direito de Israel à existência (foi isso, aliás, o que tornou possivel os acordos de paz de Oslo, de 1993). Foi assim também, diga-se, com TODOS os ex-inimigos de Israel, com os quais este assinou acordos de paz, como o Egito e a Jordânia. Os israelenses sabem que, diante de ditadores inimigos da paz e da humanidade, o apaziguamento é o caminho para a morte. Foi exatamente isso que aconteceu em Munique, em 1938. E é o que Lula - com a cumplicidade da Turquia - está estimulando no Oriente Médio.

Em Teerã, Luiz Inácio conseguiu descer mais um degrau na lista sem fim de iniquidades da política externa mais estapafúrdia da História do Brasil. Agora só falta o Aiatolula conseguir, olho no olho, que o maluco de Teerã pare de executar opositores e encarcerar homossexuais. Ah, mas eu esqueci: não há presos políticos no Irã, apenas torcedores tristes porque seu time perdeu o jogo. Também não há homossexuais, como já disse Ahmadinejad...

No mundo civilizado, Lula já começa a ser visto como o que realmente é: um idiota útil, um amigo de tiranos e terroristas, um bobo da corte do cenário internacional, totalmente ignorante e infantilmente ávido por aplausos. Por estas bandas, porém, onde décadas de endeusamento e camadas de propaganda oficialista impedem uma visão livre de clichês e platitudes, ele continua a ser festejado como o que nunca foi e o que jamais será: um estadista. Pode demorar, mas um dia olharemos para este período com a mais profunda vergonha.

2 comentários:

JOTA SAMPAIO disse...

esperar o que de alguem que a muito nao trabalha e tem uma mulher que so sabe aparecer pois o lugar dela seria cuidando do social do governo mas pode conhecer o mundo as nossa custas e o senhor que pensa ser deus nao passa de um SAPO BARBUDO e quem disse isso foi o ultra inimigo e hoje um grande aliado sr.collor de melo e viva o partido Pra nos Tudo e que se dane o povo.........

renato disse...

você é um reacionario, EUA e British possuem o maior arsenal âtômico do mundo e são os países mais pertubadores da paz, mas você reacionario compara o mst com irã meu amigo essa foi de mais dizer que pessoas sem terra vivindo na mizeria lutando para que o minimo da lei seja cumprida e é um dos movimentos socias mais importantes pela luta à reforma agrária, se não existisse o latifundio e o agronegócio e a pobresa no campo não existia o Mst. e não ve dzer que a culpa é do lula a pesar de eu ser contra sua política, a questão é historia pense (colonia).