Começo analisando um comentário de um certo "Humberto", sobre meu texto "Vitória do Racismo", de 6/11. Ele vai em vermelho.
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Desculpe ser tão sincero quanto você, mas quando ignora os fatos que levaram Obama à presidência dos EUA, colocando-o como um produto de meia dúzia de jornais, e não que esses conglomerados tivessem se rendido às suas superiores virtudes em relação ao seu oponente, você age como um “apedeuta”, termo muito caro à ti.
Olha, desculpe se eu parecer pretensioso, mas duvido que você tenha sido tão sincero quanto eu. Primeiro porque não, meu amigo, não ignorei fato nenhum sobre os motivos que levaram à vitória eleitoral de Santo Obama. Pelo contrário: tudo que fiz, e continuo fazendo, foi chamar a atenção para esses fatos, que são sistematicamente omitidos. Que fatos são esses? Vamos lembrar: 1) a quantidade de dinheiro despejada na campanha obamista, superior a qualquer coisa já vista até hoje na história dos EUA (e cuja origem das doações permanece um mistério); 2) o culto da personalidade de São Barack Hussein Obama, o Messias Prometido; 3) a crise financeira; e 4) a chantagem racial ("se você não votar em Obama, você é um racista").
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Esses fatos vão muito além de "meia dúzia de jornais" - pelo contrário: a "obamania" tomou conta do mainstream, de praticamente a totalidade da grande mídia americana e mundial, que se converteu num verdadeiro comitê de campanha a favor do candidato "histórico". Quais são as "superiores virtudes" de Obama em relação a seu oponente, senão os fatores elencados acima? A experiência? As idéias? Ou o marketing e a lábia, além da cor da pele?
Em tempo: o termo "apedeuta" (procure no dicionário) significa alguém que cultiva a ignorância como uma virtude e despreza o conhecimento e os próprios fatos para emitir seus juízos. Um termo adequado para definir quem se deixa levar pela mitomania em torno de um sujeito de idéias e passado desconhecidos apenas porque este sai bem no vídeo. É por isso que não acredito que você esteja mesmo sendo sincero, nem para mim nem para você mesmo.
Só o fato de ter convencido os democratas a escolhê-lo tirando a forte candidata Hillary da parada, já fica difícil aceitar a argumentação de mero produto de márquetim.
Aqui eu vou ter que imitar o Paulo Francis: Woooow! Então o simples fato de o sujeito ter vencido a Hillary nas prévias e convencido os democratas é o suficiente para credenciar o candidato como o mais preparado, o mais sábio etc. etc.? É isso mesmo? Como se os democratas - e os republicanos, também, diga-se - não estivessem atrás de um símbolo, mais do que alguém de carne e osso, para ganhar as eleições? E como se, nesse processo, o "márquetim" não tenha falado mais alto? Desde quando os democratas - o partido de Bill Clinton e de Al Gore, dois notórios picaretas - é a associação de sábios e filósofos cuja aprovação é um selo de qualidade para qualquer político? Agora já sei de quem devo buscar a suprema aprovação quando eu fizer qualquer coisa, desde escrever um texto até dar uma pirueta. Os americanos votaram num símbolo, num produto de "márquetim", como queira.
Se o TSE deles leva em banho-maria sobre sua procedência, por que criar caso? É muito difícil de a justiça eleitoral deixar correr até o candidato ser eleito pra depois barrá-lo porque não cumpriu algum ritual anterior, principalmente um candidato eleito por ampla maioria e “pelo mundo”.
Vamos explicar para quem chegou agora: Obama está sendo processado na Justiça americana por um advogado (democrata, diga-se) porque não apresentou, até agora, documento nenhum provando que é cidadão americano nato. Isso - o não provar ter nascido nos EUA - o torna automaticamente inelegível para a presidência dos EUA. Particularmente, não sei se Obama nasceu no Havaí, como alega, ou no Quênia, ou na Patagônia. A questão é que nunca se viu na história dos EUA um presidente eleito mobilizando um batalhão de advogados para fugir de cumprir um requerimento tão simples, tão essencial, exigido de qualquer cidadão. Assim como nunca se viu uma operação de acobertamento, pela grande imprensa, de algo potencialmente tão explosivo.
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Caso se comprove que Obama nasceu fora dos EUA, isso não será um simples detalhe: será a senha para a maior crise constitucional da hstória do país, algo só visto em republiquetas de bananas. E a crise será tanto maior quanto devido ao fato de o candidato em questão ter sido eleito por ampla maioria e "pelo mundo" (inclusive por Ahmadinejad e por Hugo Chávez, é bom não esquecer...). O companheiro acha difícil a justiça dos EUA deixar correr isso e depois barrar o candidato por não cumprir essa exigência legal básica? É porque essa situação nunca ocorreu antes, o que não significa que não seja uma possibilidade. Além do mais, o processo está sendo movido por um advogado, de forma quixotesca, enquanto Obama conta com um exército de apoiadores a seu serviço. Enfim, é o desconhecimento da gravidade dessa situação, além de óbvio desprezo pela Lei, o que leva alguns sabichões a se perguntarem: "e daí que ele jogou a Constituição no lixo, gente? Por que criar caso?"
Rasgar a Constituição e esconder documentos em um processo judicial pode ser algo normal no Brasil ou no Zimbábue. Mas nos EUA, que, presume-se, seja um país sério, convenhamos, isso tem conseqüências. No caso de Obama, a conseqüência será desastrosa.
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Pela sua insistência, parece que quer destituí-lo de qualquer maneira. Se seu governo(de Obama) se mostrar medíocre, são outros 500, mas ele tem impressionado não só seus confrades, como parte de seus oponentes, os direitistas, e isso não é pra qualquer um.
Epa! Peraí! De qualquer maneira, não! Quero apenas que ele cumpra a Lei de seu próprio país. Provando ser cidadão americano nato, em primeiro lugar. Isso é o mínimo que se espera de alguém que vai assumir o cargo mais importante do planeta. Poderia aproveitar e explicar melhor sua relação com figuras como Tony Rezko, Bill Ayers e Raila Odinga, para variar. Ou então como ignorou durante 20 anos (!) que Jeremiah Wright é um fanático racista. A democracia agradeceria.
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Em que Obama tem impressionado deus e o mundo? Tudo bem que o sujeito convenceu muita gente de que faz chover e anda sobre as águas. Afinal, há otários para todos os gostos. Mas, francamente, a mim ele só impressionou, até o momento, pela devoção irracional criada em torno de sua figura pelo "márquetim", além da incrível capacidade de fugir de perguntas espinhosas, bancando o peixe ensaboado. No que se assemelha muito a um certo presidente de uma certa república sul-americana, também favorecido pelo silêncio cúmplice ou acovardado da imprensa vendida e de rabo preso... Tanto num caso como em outro, exigir que o sujeito cumpra a Lei, ou que, pelo menos, não minta muito, já virou um verdadeiro tabu: quem for corajoso o bastante para criticar algum desses ícones será tratado como um pária, um paranóico, um nazista ou um maluco. É preocupante.
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Obama não quis entrar pelo espinheiro de uma campanha focada em raça porque além de perigosa não era seu escopo, deixou sua tez de lado e se identificou como “pós raça”(uma coisa assim). Não foi eleito por ser negro, mas apesar de ser negro. Impos seu discurso não se fazendo de coitadinho por ser um negro discriminado, rejeitado.
O caro leitor leu o texto que comenta? Se leu, não entendeu. Se entendeu, se faz de sonso. Tudo bem, vou resumir o que escrevi: Obama não foi eleito porque é negro (mulato, na verdade). Se fosse assim, somente os negros americanos (13% da população dos EUA) votariam nele. Foi eleito porque é um símbolo. Símbolo de quê? De algo extremamente vago, amorfo, chamado "mudança". Um símbolo, enfim, feito de muito marketing e pouca, pouquíssima substância (basta ver quem ele nomeou para seu gabinete, praticamente um replay do governo Bush), baseado não em idéias, mas única e simplesmente em algumas características, digamos, cosméticas do candidato-produto. Qual dessas características era (é) a mais importante e a que mais chama a atenção? A raça - o "primeiro presidente negro" etc. Obama não reivindicou a bandeira do black power durante a campanha, pois afinal é um político, e sabe que isso alienaria muitos de seus eleitores. Mas é inegável que a chantagem racial ("negro vota em Obama", "quem votar em McCain é racista" etc.) esteve presente e pesou no resultado final.
Se você continuar escrevendo o que escreve, defendendo o que defende, cuidado, você pode acabar como articulista da Veja, é a sua cara. As belezas que se vê lá, confundem-se com suas posições.
Que estranho... Acompanhei a cobertura das eleições americanas pela VEJA. O articulista da revista que escreveu as matérias sobre o assunto foi André Petry. Ele é pró-Obama, suas matérias eram todas - todas - simpáticas ao democrata, e frias em relação a McCain. O que mostra que ou o gentil leitor não leu a revista ou não sabe o que está dizendo, ou as duas coisas. Pois só isso explica essa tentativa de piada sem graça sobre eu acabar como articulista da revista dos Civita (o que seria uma honra, digo logo). Isso apenas demonstra que falar mal da VEJA sem lê-la já virou uma espécie de mandamento dos esquerdiotas. Pudera: estes preferem as maravilhas que se vê na Caros Amigos e na Carta Capital...
Fiquemos assim: sei que você não concordou com nada do que escreví assim como também não concordo com seu ponto de vista. Sem problemas.
Realmente, não concordei com nada que você escreveu, mas faço um adendo: ao contrário de você, justifiquei meu ponto de vista com fatos e argumentos. Da próxima vez, tente fazer algo parecido e apresentar algo consistente. Do contrário, teremos, sim, problemas. Ou melhor: o problema é inteiramente seu.
Deix'eu ir que já provoquei demais.
Não provocou. Apenas me fez rir um pouco. Mais sorte - e competência - da próxima vez.
Próóóóóximo!
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P.S.: Sobre a imagem que ilustra este texto, eis a tradução: "As seis palavras que realmente deveriam ASSUSTAR pra valer a América são: BARACK HUSSEIN OBAMA COMANDANTE EM CHEFE. (Obama, vestido de Napoleão): "Não precisamos de forças armadas, pois eu sou o Messias e o salvador do mundo! Haverá paz mundial porque eu sou o consagrado e eu exijo isso!" (Os dois soldados, no canto esquerdo): "Em sua juventude, McCain passou 5 anos e meio como prisioneiro de guerra". "Obama passou sua juventude fumando maconha e cheirando cocaína". No canto direito, dois apoiadores de Obama: Jeremyah Wright e Louis Farrakhan.
2 comentários:
Caro Gustavo
Além de excelente blogueiro, você é muito generoso e paciente: tua aula para esse fracote foi bem didática (você bem que podia ter usado mais palavras fáceis e alguns desenhos, mas tudo bem). O sujeito é alfabetizado o suficiente para repetir umas bobagens que andou ouvindo por aí, mas é muito pogreçista, 'tadinho...
FELIZ ANO NOVO!
Abraços
Fico lisonjeado de ter sido motivo de um post seu dissecando minhas palavras. Sou o tal “Humberto”a quem você se referiu como “leitor da 'mudança'”. Apesar de como já declarado não concordar muito com seu ponto de vista, serei “do contra”, continuando a lê-lo.
Um abraço.
Humberto Silva
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