sexta-feira, setembro 09, 2011

UM ANO DEPOIS, O DESMONTE DE UMA FARSA

No último dia do mês de maio de 2010, nove militantes da ONG turca IHH morreram quando soldados israelenses abordaram o navio Mavi Marmara, no Mar Mediterrâneo. O navio era parte de um comboio que se dirigia à Faixa de Gaza, onde pretendia romper o bloqueio militar criado por Israel desde 2006, quando os terroristas do Hamas tomaram o poder na região.

Foi um deus-nos-acuda. Seguiu-se imediatamente uma onda de indignação mundial, não pelo fato de os soldados israelenses terem sido recebidos com paus e pedras, mas por terem reagido e não se deixado linchar. Embora um vídeo deixasse claro que os militares foram atacados ao abordarem o navio, Israel foi acusado de assassinato a sangue-frio de inocentes ongueiros e militantes pacifistas, que só queriam levar ajuda humanitária aos palestinos. Como em outras situações, o Estado judaico foi execrado. Chegou-se mesmo à comparação infame dos métodos isralenses com os dos nazistas...

À época, confesso que quase senti o cheiro dos fornos crematórios nos campos de concentração. Tentei debater com alguns colegas de trabalho, chamando a atenção para fatos que, como em todas as situações envolvendo Israel, estavam sendo sistematicamente omitidos pelos jornais. Sobretudo para o fato de que a tal "flotilha da liberdade" (?!) sabia que estava se dirigindo para uma área sob bloqueio militar, e que certamente haveria reação do governo israelense à qualquer tentativa de rompê-lo. Argumentei - ou melhor: tentei argumentar - que de "humanitário" o comboio não tinha nada, e que a coisa toda tinha jeito de provocação contra Israel. Apanhei um bocado, no blog e fora dele. Não adiantou mostrar o vídeo (um dos soldados israelenses foi ferido à bala), nem as óbvias conexões da ONG turca com o Hamas. O veredicto já estava dado, antes mesmo do Mavi Marmara zarpar da Turquia: Israel era o inimigo da humanidade, e ponto final.

Pois bem. Passou-se mais de um ano, e não é que um relatório da ONU concluiu que o que houve foi uma... provocação contra Israel? O chamado Relatório Palmer, divulgado no último dia 4 de setembro, considera que o bloqueio israelense foi uma ação legal, dando razão a Tel-aviv quando sublinha que os militares enfrentaram “resistência organizada e violenta por parte de um grupo de passageiros”. Embora apresente críticas a Israel por ter usado o que chama de força “excessiva e não-razoável”, o relatório não deixa dúvidas: a começar pela tentativa de romper o bloqueio, Israel foi agredido, e reagiu a uma agressão - uma provocação, enfim. Tanto que, tão logo o Relatório saiu à tona, o governo da Turquia, que deu apoio ao tal comboio, saiu ameaçando cortar relações diplomáticas com Israel. Está falando grosso, para desviar a atenção de sua participação numa farsa.

A repercussão do Relatório Palmer, claro, não chegará nem perto da gritaria que se seguiu ao "massacre israelense" contra os "pacíficos militantes" da ONG turca IHH. Se fosse para dar o mesmo peso às duas notícias, as manchetes dos jornais do mundo inteiro teriam que só ter um assunto por semanas a fio. Mas é algo importante, sem dúvida, por servir para desmascarar mais uma gigantesca fraude montada pelos inimigos da única democracia do Oriente Médio, que muitos odeiam exatamente por isso, mas não têm coragem de dizê-lo.

Obviamente, os que detestam Israel e gostariam de vê-lo varrido do mapa não vão deixar de odiá-lo por causa disso. Tipos como o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que aspira a transformar a Turquia numa potência islâmica, sem falar em malucos como Mahmoud Ahmadinejad e os terroristas do Hamas, vão continuar a hostilizar Israel de todas as maneiras possíveis. Eles sabem que sempre poderão contar com o apoio de inocentes úteis e inúteis, alguns dos quais embarcaram na nau dos insensatos um ano atrás. Eles sabem que, para muitos ocidentais, não importa o que faça, Israel (assim como os EUA) estará sempre errado. Foi confiando nisso que armaram a palhaçada sangrenta do Mavi Marmara. Afinal, de que valem os fatos, se o ódio fala mais alto?

Quanto a mim, vou continuar esperando os que me desceram o malho no ano passado terem ao menos a dignidade de se retratarem e me pedirem desculpas. Desconfio, porém, que será uma espera inútil. Mais uma vez.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma vez entra em cena um personagem, que ignora historia e que despeja impropérios os quais ignora seu contexto.

O que os palestinos tem ?? nada... um povo que foi tirado de sua terra,de sua historia por decisão de terceiros ( ONU ).

Uma nação sem território, se isso não fosse o bastante, um povo privado dos mais básicos direitos como alimentação e remédios.

Diante do terrorismo de Israel o terrorismo do Hamas é como um sussurro que responde a um grito.

Israel sim é uma nação terrorista.