quarta-feira, dezembro 01, 2010

NARCOTRÁFICO: O QUE É PRECISO DIZER


O Rio de Janeiro está em guerra. De novo. O que tenho a dizer sobre o assunto? Tenho pouco a acrescentar ao que escrevi aqui: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2009/10/conexao-narcoesquerdista.html. Vou me concentrar, apenas, em duas idéias que sempre aparecem em momentos como este.

A primeira delas, bastante popular em certos círculos, é que o problema da criminalidade, e do narcotráfico em particular, "não se combate militarmente". É a velha noção (ou falta de) de que o problema é muito complexo para ser enfrentado com metralhadoras e fuzis, pois o buraco é mais embaixo etc.

A segunda idéia é tributária da primeira: como o problema não se resolve militarmente, seria preciso achar os "verdadeiros bandidos". Estes seriam sempre gente graúda, de terno e gravata, capitalistas, possivelmente banqueiros, que lucrariam com o tráfico nas favelas e periferias. Gente, enfim, sem nome e sem rosto, que estaria representada numa entidade igualmente misteriosa e inefável geralmente chamada de "o sistema".

Não é preciso ser muito inteligente para perceber que se está diante de mais uma tremenda empulhação, um verdadeiro crime de estelionato intelectual. As duas idéias acima são coisa de delinquentes, de gente que não se contenta com os milhares de mortos pelo crime organizado todos os anos no Brasil, mas faz questão de assassinar, também, a lógica e a verdade. Trata-se de uma construção ideológica, e, como toda construção ideológica, não passa de uma forma muito conveniente de esconder a verdade, substitundo-a por um sociologismo vigarista, pelo esquerdismo mais bocó e vagabundo. Vamos ao fatos.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar o óbvio: lugar de bandido é na cadeia, e o dever da Polícia é botá-los atrás das grades. Por que afirmo isso, correndo o risco de parecer acaciano? Porque é impressionante a resistência de nossos "intelequituais" em aceitarem essa verdade tão simples, tão elementar. É algo explicado por certo ranço ideológico, que vem do ressentimento pelos anos do regime militar, que acabou há quase trinta anos mas que para muita gente ainda continua (inclusive como fonte de renda). É coisa de quem cheirou toda a cocaína mental marxista na universidade e ainda não voltou de uma "bad trip". Simplesmente não conseguem, ou não querem, entender que o crime deve ser combatido, sim, pelas forças da ordem, que são a democracia fardada. (E antes que alguem diga que essa é uma idéia "fascista", passe em qualquer favela ou comunidade pobre da periferia e pergunte a qualquer cidadão de bem o que ele acha do assunto.)

O problema do narcotráfico é complexo? Claro que é. Isso significa que não se pode – ou pior: não se deve – combatê-lo pelas armas, militarmente? A resposta é um NÃO bem rotundo. O fato de o crime ser uma questão complexa, e ter várias causas – inclusive, vá lá, "sociais" – quer dizer que a Polícia deve renunciar a seu dever constiucional de prender bandido e proteger a sociedade? Deve fazer o que, então? Chamar uma ONG pacifista para organizar uma reunião com os chefes do Comando Vermelho e dos Amigos dos Amigos? Distribuir flores e panfletos informativos sobre os males do consumo e tráfico de drogas a esses respeitáveis senhores? Se o crime não se combate com cana e camburão (ou seja, militarmente), então para que serve a Polícia?

Além disso, a explicação de que é tudo culpa do "sistema" é uma daquelas invenções típicas de marxistas de galinheiro para justificar a continuidade, e não a solução, do problema. O que é "o sistema"? Ninguém sabe ao certo, mas tenho um palpite: seria aquilo que a esquerda abomina – o próprio capitalismo. Seria ele, o pérfido e cruel sistema capitalista, e não a bandidagem, o responsável pela existência do narcotráfico... (Aliás, os próprios bandidos, nessa visão desmiolada, seriam tambem "vítimas da sociedade" etc. etc.)

A explicação fácil de que a "solucão não é militar" e de que a culpa é do "sistema", além de diluir a responsabilidade, atribuindo-a, em vez de a seres de carne e osso, a uma abstração de ideólogos, serve apenas para retirá-la dos ombros dos que sempre sustentaram, com palavras e gestos, o que ocorre há décadas no RJ. Não duvido que, no momento em que escrevo estas palavras, alguns "pacifistas" e "intelectuais" de araque estejam destilando sua indignacão quanto à violência do BOPE e filosofando sobre o papel do "sistema" no narcotráfico internacional, enquanto curtem um baseado no conforto de suas coberturas na Barra...

Nenhuma das "explicações" dadas pelos "intelequituais" do complexo PUCUSP toca, nem de leve, em dois fatos fundamentais: 1) não haveria narcotráfico sem consumo de drogas; e 2) o usuário, portanto, é cúmplice e responsável pela violência. Nenhum deles toca sequer na questão básica da responsabilidade individual. Tampouco fazem qualquer menção, por menor que seja, aos fatos que aponto no link acima (refutem-nos, se puderem).

Sob o peso dos fatos, alguns até ensaiam uma certa autocrítica pela idealização da bandidagem, uma característica do sociologismo de botequim que vem, pelo menos, desde Lampião. Mas não se desapegam totalmente do mito esquerdóide, achando um novo culpado pelo que ocorre nos morros e favelas cariocas: não é o Marcinho VP da Vila Cruzeiro ou do Complexo do Alemão, tampouco é o usuário: são os banqueiros e capitalistas internacionais, o capitalismo, enfim "o sistema"... Ah, tá.

Quando você ouvir algum "intelequitual" de esquerda repetir, pela enésima vez, a conversa mole de que crime "não se combate militarmente" e que a culpa é do "sistema", pode ter certeza: você estará diante de um farsante e de um mistificador. Um cúmplice da criminalidade. Se mentir fosse crime, esse pessoal já estaria no xilindró até o ano 2139.

6 comentários:

Ivan Dauchas disse...

Cara, muito bom seu texto. Concordo em número, gênero e grau. Vou começar a acompanhar seu blog. A propósito, eu também tenho um: http://oinstitucionalista.blogspot.com/ Faça uma visita, você é muito bem vindo.

Anônimo disse...

Pois esta é a verdade que você provavelmente alguém das classes A e B, pensa e por que ?

Porque provavelmente você nunca enfrentou o problema que estas pessoas enfrentam todos os dias, pessoas expostas a todo o tipo de humilhação.

Alguma vez você já foi olhado de maneira diferente unica e exclusivamente por ser oriundo de uma comunidade pobre, ou cidade tida como pobre?

Você sabe o que é morar em um lugar onde as escolas em sua maioria não possuem professores, e quando possuem nem sempre temos boas aulas, graças ao nosso sucateado sistema educacional ?

Se fosse eu seguir neste item poderia lhe dizer que poucos aqui conseguem um emprego graças a esta deficiência.

Você sabe o que é morar em um lugar onde abunda a escassez de infra-estrutura como por exemplo saneamento básico? , sem mencionar outros problemas que você não sabe unicamente porque jamais foi pobre.

O combate militar aos criminosos marginais jamais será eficaz sem antes haver uma presença do Estado em outros aspectos como os que eu disse posso lhe garantir que daqui uns três anos estaremos novamente com o mesmo processo de invasão , abusos e mortes desnecessárias.

E para comprovar o que eu digo, há pouco tempo atrás a policia já havia tomado o morro do "alemão" , se o combate militar fosse a solução não precisaríamos presenciar um novo confronto no mesmo local.

bomberman disse...

Cara teu blog se diz DO CONTRA, mas não passa de um grande reacionário de primeira categoria.

Por favor, leia um pouquinho e abandone essas idéias engessadas típicas de um militar em 1964.

Anônimo disse...

Anônimo,
pelo que você fala, a pobreza leva ao crime?? Não! Uma pessoa decente não se corrompe ao crime por ser pobre. Uma pessoa decente, arruma um emprego decente, por mais difícil que seja a sua vida. Novamente você culpa ao "sistema" para ser condescendente com o crime.

Anônimo disse...

Só pode falar desse assunto com própriedade quem realmente é vítima dele, quem não vive na favela não pode falar de sua vivencia.A única presença efetiva do Estado nessas regiões são as que presenciamos nos últimos dias. É necessário conhecer antes de criticar o que se tem feito por esta gente em toda sua história. Se os bandidos que lá vivem ou viveram são considerados a escória da sociedade, o que dirá dos bandidos que vivem em suas mansçoes, andam em carros importados onde sua atitude defendendo seu interesse pessoal causa verdadeiro genocídio no país inteiro.

Comandante disse...

Acho que nessa você se deu mal, companheiro! Tratar pobre como bandido é facismo!