quarta-feira, dezembro 15, 2010

SOBRE A DIFICULDADE DE CERTOS CÉREBROS ENTENDEREM ANALOGIAS


Se tem uma coisa que nunca vai deixar de me surpreender, e que podem me acusar de subestimar, é a estupidez e ignorância dos esquerdiotas. Vejam o que escreveu um tal de “Arthur”, sobre meu texto “Lula, o Wikileaks e a Liberdade de Expressão: Uma Grande Palhaçada”:
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Criticando o certo com palavras erradas, texto fraco. Que analogia infeliz essa do roubo do carro viu.
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À parte o fato de que o leitor não explica o que seria o certo e o errado na questão – deve acreditar, como os pastores neopentocostais, que basta pronunciar um enunciado para que ele seja verdadeiro –, vou me concentrar na questão da analogia, que o leitor achou – novamente, sem dizer por quê – “fraca”.
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Só para lembrar: Lula declarou que, no caso do Wikileaks, a culpa não é de quem vazou informações secretas de um governo, mas de quem produziu as informações. É o mesmo que culpar o dono do carro por ter sido roubado. Daí a analogia.
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Escrevo para pessoas inteligentes, ou que, pelo menos, não saiam por aí relinchando e andando de quatro. Mas, em alguns casos, tenho que fazer uma concessão ao embrutecimento geral da sociedade, que vem se acelerando nos últimos anos, para me fazer entender por esses energúmenos. O sujeito achou a analogia “fraca”? Não a entendeu? Então aí vai outra, espero que desta vez entenda.
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Digamos que você escreva um livro, cheio de fofocas picantes. As informações ali colhidas, por comprometedoras, não são para consumo público, você as guarda para publicá-las postumamente. Aí um belo dia aparece um sujeito e rouba suas anotações, que são publicadas. De quem é a culpa: sua ou do ladrão de documentos?
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Julian Assange fez exatamente isso, com um agravante: as informações que ele roubou e divulgou são oficiais e podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas mundo afora. Isso por si só já seria motivo para colocá-lo na cadeia em qualquer país civilizado, onde roubo de dados secretos do governo é crime, e não tem nada a ver com liberdade de expressão. Mas ele não está preso e respondendo a processo por isso, e sim por estupro.
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Será que agora o distinto leitor se deu conta do que estou falando? Ou será que achou também essa analogia “fraca”? Mas aí eu teria que me rebaixar ao nível dos quadrúpedes.

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