Prisioneiros em campo de concentração das FARC: "neutralidade" do Brasil favorece o terrorismo
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Como todo mundo que acompanha as notícias sabe, o governo de Lula da Silva se declara "neutro" em relação às FARC. O argumento do governo pode ser resumido da seguinte forma:
1) Se o País se colocasse abertamente contra as FARC, considerando-a uma organização terrorista, perderia a possibilidade de intermediar a libertação dos reféns;
2) O conflito entre as FARC e o governo colombiano é uma questão interna da Colômbia; e
3) Logo, qualquer posição que não seja a neutralidade seria uma forma de intervenção nos negócios internos da Colômbia.
Muita gente, inclusive gente que não tem qualquer simpatia ideológica pelas FARC, concorda com essa posição do governo brasileiro, a qual consideram equilibrada e responsável. É claro que estão iludidas. É claro que a "neutralidade", nesse caso, não passa de outro nome para a cumplicidade com o terrorismo e o narcotráfico.
Primeiro, a afirmação de que o não-reconhecimento das FARC como terroristas se justificaria diante da necessidade de intermediação para a soltura dos reféns não se sustenta. Ao adotar tal posição, o governo brasileiro está, na verdade, reconhecendo as FARC como um interlocutor legítimo. Isso significa ceder à chantagem terrorista, e nada mais. As FARC são um bando de criminosos que utilizam o seqüestro e o narcotráfico como forma de ação. Recusar-se a chamá-los pelo nome sob a alegação de que é preciso negociar é o mesmo que considerar o Comando Vermelho ou o PCC atores políticos respeitáveis. Com bandidos e terroristas não se negocia - é essa a lição que o governo Uribe está dando ao mundo.
Segundo, as FARC há muito deixaram de ser um problema interno somente da Colômbia. Devido ao tráfico de drogas, cujas rotas passam pelo Brasil e chegam até as periferias das grandes cidades e às favelas do RJ, essa questão tornou-se um assunto continental. Não é segredo para ninguém que os traficantes brasileiros se abastecem de cocaína nas selvas colombianas, e que as FARC estão entre seus principais parceiros e fornecedores. Fernandinho Beira-Mar, por exemplo, foi preso em um acampamento das FARC na Colômbia. O Brasil, ao que se saiba, não produz um grama de cocaína. No entanto, é um dos maiores consumidores do mundo. Como dizer então que se trata de um problema interno de um único país?
Terceiro, e finalmente, afirmar que chamar as FARC de terroristas seria uma forma de intervenção nos assuntos internos da Colômbia significa, por si só, escolher um dos lados do conflito. O princípio da não-intervenção se aplica no caso da disputa política entre dois ou mais contendores, em que tomar partido por um dos lados significa ingerência. Mas não é esse o caso da Colômbia. Lá, o que ocorre não é uma disputa pelo poder político entre dois concorrentes com ambições mais ou menos semelhantes: é o confronto entre o governo legalmente constituído e um bando de seqüestradores e narcotraficantes. A neutralidade existe para impedir que terceiros modifiquem o equilíbrio interno em favor deste ou daquele lado. Não para lavar as mãos diante de crimes comuns. Acrescente-se que é o próprio governo da Colômbia que solicita há anos, em vão, o reconhecimento, pelo Brasil, das FARC como um grupo terrorista. Logo, não há sentido em falar aqui em intervenção nos assuntos internos colombianos.
Imaginem se a situação fosse inversa. Se o Brasil, e não a Colômbia, estivesse há décadas acossado pelo terrorismo e pelo narcotráfico de uma organização que jurou destruir a democracia no país. E se um país vizinho, alegando neutralidade, se recusasse a considerar essa organização terrorista e narcotraficante? Certamente, os brasileiros não ficariam nada satisfeitos.
A posição do Brasil em relação às FARC é insustentável. Moralmente, é um escândalo. Ideologicamente, é uma impostura. Politicamente, é um contra-senso.
Alguém poderia ainda argumentar que a posição do governo Lula é correta, pois, ao se manter neutro, impede algum tipo de retaliação por parte das FARC, evitando, assim, que o conflito colombiano transborde para dentro das fronteiras brasileiras. Acontece que as FARC já estão no Brasil! Basta olhar para os morros cariocas. O narcotráfico é hoje o principal problema de segurança pública brasileiro. Cerca de 50 mil pessoas morrem devido à violência no Brasil, todos os anos. É muita ingenuidade - ou cumplicidade criminosa - achar que isso não tem nada a ver com o que acontece na Colômbia.
Não somente as FARC estão presentes no Brasil, como têm, no atual governo, um valioso aliado: seu representante no País, Olivério Medina, que responde a vários processos na Colômbia, inclusive por assassinato, circula livremente entre as altas esferas do PT e o governo nega-se a extraditá-lo. Recentemente, sua esposa foi contratada pelo Ministério da Pesca, a pedido de Dilma Rousseff. Como falar em neutralidade, portanto?
A "neutralidade" do Brasil no conflito colombiano é mais uma cortina de fumaça dos lulo-petistas para enganar a todos. O governo Lula já escolheu seu lado. E não é o lado da liberdade e da democracia.
Um comentário:
terroristas é o própio governo brasileiro.
O Número de pessoas que os terroristas americanos ja mataram, é muito maior que os da AS FARC
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