domingo, fevereiro 17, 2013

PETISTAS OTÁRIOS

Este não é um blog de humor, embora às vezes alguns leitores se esforcem para que ele o seja. Um anônimo, por exemplo, ficou mordido por causa do que escrevi em meu post QUERO SER PETISTA. E acabou aumentando a lista das piadas que seguem a linha "humor involuntário" (também conhecido como "vergonha alheia").
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Vejam o que ele escreveu, na língua que desconfio ser o Português (língua de petista, enfim):
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É uma injustiça o que vocÊ postou, agride a todos os petistas, não foi um petistas que roubaram dinheiro foram pessoas que se aproveitaram do seu cargo, independente do partido. o que mais me anojou é vc dizer que ser petista é um bom negocio, eu sou petista pelos ideais aos quais luto e não por dinheiro porque nunca recebi R$1,00 do governo e nem quero. não somos todos iguais.
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Realmente, fico na dúvida sobre o que mais me enojou - e não "anojou", como está aí em cima, quero crer que num erro de digitação (estou sendo bonzinho...) -: se a idéia mixuruca de que foram "pessoas que se aproveitaram do seu cargo, independente do partido" (e o Mensalão existiria sem o PT?), ou se a insistência, quero crer que sincera, de que alguém seja petista "pelos ideais aos quais (sic) luto"... (que nobre ideal moveria o partido de Lula e Zé Dirceu? O enriquecimento próprio em nome dos trabalhadores? O apoio a figuras como Collor e Maluf em nome da ética na política?).
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Mas tudo bem, vou dar um desconto. Admito que cometi uma injustiça, como diz o caro leitor. É verdade, há petistas e petistas: há os espertalhões, como Lula e Zé Dirceu, e há os idiotas. Os primeiros estão na cúpula do partido, e se locupletaram nos últimos dez anos em todo tipo de negociata. Os segundos geralmente são os militantes da chamada "base", a arraia-miúda. Estes são perfeitos otários, pois continuam a acreditar que um partido que transformou a corrupção numa forma de arte ainda teria algum "ideal" pelo qual lutar. Em geral, até reconhecem que o Mensalão existiu - até porque o STF, diante da abundância de provas, já condenou os mensaleiros e a tese da "conspiração das elites e da mídia", por totalmente ridícula e ofensiva à inteligência, não colou -, mas vêem esse e outros escândalos como meros "desvios de conduta" de um partido que teria a marca original da pureza e da santidade. Como se o fato de TODA A CÚPULA do PT ter caído por causa das denúncias não fizesse qualquer diferença... É o caso do rapaz (ou da moça) aí em cima.
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Certa vez, Nelson Rodrigues escreveu que havia dois tipos de stalinista: o stalinista puro, que defendia abertamente o terror político, muitas vezes de forma cínica, por oportunismo, e o crente sincero no comunismo, que ele admitia que existisse. Não importa, ele dizia, este último também é stalinista, ainda que não o saiba. Talvez até mais stalinista do que Stálin, pois sua crença ideológica está alicerçada na mais completa ignorância, na idiotice mais escancarada.
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Assim ocorre também com os petistas. Nem todos se beneficiam da corrupção - um dos articuladores do esquema do Mensalão, José Genoíno, por exemplo, vangloria-se de morar numa casa modesta na periferia de São Paulo, e isso não o torna menos petralha. Pelo contrário: apenas confirma o padrão dos partidos de esquerda, mistos de máfia e seita religiosa. Do mesmo modo que fiéis incautos sustentam o fausto de pastores espertalhões, os militantes petistas bancam a farra dos delúbios e dirceus. Não é por acaso, aliás, que o PT se aliou à Igreja Universal do Reino de Deus: o PT é a Igreja Universal da política, assim como a Igreja Universal é o PT da religião. Ainda que não receba um Real dos cofres públicos, o militante petista é cúmplice do maior escândalo de corrupção da História do Brasil. Cumplicidade agravada pela completa estultice.
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Outro exemplo: o sujeito que, tendo militado durante anos no PT e dedicado a ele parte significativa de sua vida, decide romper com o partido, pois este, atolado na corrupção e em alianças espúrias, teria se afastado de seus ideais de origem e não seria mais, portanto, "de esquerda". Surge, assim, um outro partido, clamando pela "volta às origens" (que são também as da corrupção)... E assim o ciclo se renova e se repete, ad infinitum. É também uma forma de petismo.  O petismo é auto-renovável e imune aos fatos. Daí porque ser petista continua a ser um excelente negócio.
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Qualquer criança sabe que, para cada malandro, há milhares de otários. O PT é uma prova disso. Não é preciso ser um Lula ou um Zé Dirceu para avalizar a roubalheira dos petralhas. Para tanto, basta ser idiota. Basta ser petista.   

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