segunda-feira, agosto 15, 2011

A "FAXINA" DE MENTIRINHA DE DONA DILMA

Falando sério: alguém realmente acredita nessa bobagem de que Dilma Rousseff está fazendo uma "faxina" contra a corrupção em seu governo? Alguém crê sinceramente nessa conversa mole?

Um grupo de senadores, entre os quais o peemedebista Pedro Simon e o pedetista (e ex-petista) Cristóvam Buarque, acredita – ou finge acreditar. Suas excelências resolveram lançar um movimento parlamentar contra a corrupção no atual governo, a qual, mesmo para os padrões lulopetistas, já passou dos limites do tolerável. Até aí, tudo bem, diria o leitor. Só que, ao mesmo tempo em que pedem punição severa aos ladrões do dinheiro público encastoados no poder em Brasília, manifestam seu apoio à... Dilma!

Suas excelências são idiotas? Ou são caras de pau? Ou estão apenas tirando um sarro com a cara de todos? Ou será que é tudo isso ao mesmo tempo?

Desde que, em 2005, eu vi, da janela de minha sala, uma passeata da UNE contra o mensalão e a favor de Lula (!!!???), eu não via tanta esquizofrenia. Não dá para separar a corrupção do governo Dilma, do mesmo modo que não dá para separar Dilma de Lula, de quem é somente a cria. O lulopetismo se nutre da roubalheira, e vice-versa. Lula é o pai dos corruptos, o maior bandido e maior vigarista que já ocupou a Presidência da República na História do Brasil. Dilma é cria de Lula. Entenderam ou preciso desenhar?

Os senadores acreditam que Dilma não tem nada a ver com as estripulias de Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais e Wagner Rossi e com a barafunda que viraram os ministérios dos Transportes, do Turismo e da Agricultura (para citar apenas alguns). Crêem, ou fingem que crêem, que a Muda Decorosa está realmente empenhada num esforço moralizador, na “limpeza” do governo. Como se a corrupção no governo luliopetista fosse uma simples camada de poeira que pudesse ser espanada.

Não, senhores, não é! A corrupção, para os lulopetistas, não é algo superficial, que possa ser varrido com um simples espanar: é um método! Mais que isso: é a sua propria essência, está profundamente arraigada em seu organismo. A ocupação e aparelhamento da máquina governamental para servir aos companheiros, a substituição de critérios técnicos e profissionais pela militância, a transformação do Estado em comitê sindical e em distribuidor de benesses para os apaniguados, a compra de consciências mediante verbas e bolsas-cabresto – tudo isso não constitui exceções, mas o fundamento mesmo do "modo petista de governar". Daí para a roubalheira pura e simples, para o saque dos cofres públicos, é um pulinho.

O lulopetismo, meus amigos, é a maior máquina de cooptação política da História do Brasil. A relação promíscua entre interesses partidários e empresariais, a ausência de separação entre o público e o privado, são suas características inseparáveis. Se duvidam, vejam a trajetória empresarial de Lulinha e, agora, o futuro brilhante da neta do Apedeuta, cuja incipiente carreira nos palcos será patrocinada com uma dinheirama da Oi (que está retribuindo favores feitos pelo avô). A gangue incrustada no Ministério do Turismo desviava dinheiro do Erário para ONGs inexistentes no Amapá. Digam-me: não é exatamente isso que os companheiros no poder fazem há mais de oito anos, em escala muito maior?

E não venham me dizer que o PT se corrompeu devido ao contato com partidos como o PR e o PMDB! Isso não passa de um jeito confortável de enganar a si mesmo, como se os petistas fossem um bando de virgens vestais e como se a ladroeira fosse algo externo ao partido. Pelo contrário, trata-se de algo que vem desde sua criação, em 1980, e mesmo antes. Tem a ver com uma forma de fazer política baseada na idéia de inimputabilidade, baseada, por sua vez, num conceito auto-atribuído de “missão histórica”. O PT passou, em poucos anos, de partido que não se aliava a ninguém a partido que se alia a todos e que, em nome do "pudê", topa qualquer parada. Com isso, segue uma linha natural dos partidos de esquerda, a começar pelos partidos comunistas, que passavam rapidamente do sectarismo ao pragmatismo de acordo com as circunstâncias. O que Lula e o PT fizeram foi levar isso ao paroxismo e ao deboche, superando qualquer coisa que tenha vindo antes nesse quesito. Entre as greves do ABC paulista no final dos anos 70 e o mensalão há uma linha quase reta. Aliás, ainda há quem, do lado do PT, negue que a coisa existiu – o que prova, mais uma vez, que ninguém os supera em deniability. (O mensalão, aliás, deve ser o único caso de crime sem mandante e sem beneficiário na História da humanidade, pois o chefe até hoje alega que não sabia de nada – ou que foi traído, ou que todo mundo faz igual etc.)

É preciso ser muito tolo ou muito cínico para não perceber que o governo Dilma Rousseff – na verdade, o governo Lula, parte III – está podre de alto a baixo, já nasceu carcomido, e que a tal “faxina” prometida não passa de jogada para a platéia. Assim como é impossível dissociar o mensalão e todos os demais incontáveis escândalos de corrupção dos últimos nove anos da trajetória do PT e do "pensamento" lulopetista, é impossivel dissociar a criatura de Lula da lambança em seu governo. Esperar uma "faxina moral" por parte de Dona Dilma é como esperar que Lula recite Shakespeare ou Goethe na Academia Brasileira de Letras.

Há limite para tudo. Menos para o caradurismo dos petralhas. E para a disposição de algumas pessoas de se deixarem cair em mais um conto-do-vigário por eles protagonizado. Enquanto gente como Pedro Simon e Cristóvam Buarque não acordar para a realidade, haverá quem continue a chamar de faxina o ato de jogar o lixo para debaixo do tapete.

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