O texto a seguir, como o leitor inteligente e ainda não lobotomizado pela máquina de propaganda lulo-petista e politicamente correta poderá facilmente perceber, foi escrito bem antes do aluvião de escândalos que tomou conta do atual governo (?), dois anos atrás. Mas não há como negar que, assim como seu tema - a sempiterna burrice e incompetência de nossas hostes esquerdistas - continua atualíssimo. Divirtam-se!
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Diz a lenda que o primeiro-ministro de um país socialista, ao ser obrigado a deixar o cargo, em um dos inúmeros expurgos, entregou ao seu sucessor duas cartas. A primeira, ele recomendou que deveria ser aberta quando aquele assumisse o posto; a outra, somente quando passasse por sérias dificuldades. O sucessor agradeceu o conselho e abriu o primeiro envelope, no qual havia a seguinte mensagem:
– Culpe seu antecessor.
O zeloso burocrata cumpriu escrupulosamente o conselho, atirando a responsabilidade por todos os problemas do país no governante anterior, tachando-o dos piores adjetivos: revisionista, traidor, agente do imperialismo etc. Durante algum tempo, as coisas andaram bem. Alguns anos depois, o dedicado apparatchik se achava em sérios problemas. Lembrou-se, então, do conselho e abriu o segundo envelope. Lá dizia:
– Escreva uma carta.
Esta pequena anedota serve para ilustrar uma situação que já se tornou corrente em vários países, e que agora se repete no Brasil: a esquerda – e aqui entendo por "esquerda" a todos os partidos e agremiações que se apresentam como tal – simplesmente não sabegovernar. Sua atitude, quando no governo, mostra-se ora diametralmente contraditória a de quando está na oposição, ora leva a tragédias históricas. Em qualquer dos casos, sua atitude se assemelha à piada, na sua recusa em admitir os próprios erros e em sua obstinação em atribui-los a outros.
O maior exemplo dessa crônica inaptidão para conduzir os negócios do Estado nos está sendo dado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Não, não digo isso porque quero achincalhar o nosso presidente, assim como seu partido, o PT. Tanto um como o outro já têm detratores demais, e a cada dia o Planalto produz matéria-prima para críticas ferozes e sarcásticas. Faço-o porque, sem cinismo e com toda sinceridade, quero ajudá-los. Por isso aí vão algumas observações que, espero humildemente e sem qualquer pretensão, sejam úteis a algum assessor do nosso companheiro-presidente.
Em primeiro lugar, o pior que poderia acontecer ao próprio Lula e ao PT foi terem chegado ao poder. Este foi, sem dúvida, o maior erro que poderia ter cometido o nosso querido ex-metalúrgico e seu partido. Explico. Lula, quando na oposição, funcionava melhor. Ex-dirigente sindical, líder das greves do ABC paulista no final dos anos 70, encarnava como poucos a luta da sociedade civil contra a ditadura militar em sua fase terminal. Com sua carranca e barba desgrenhada, sua voz rouca, seu jeitão messiânico de Antônio Conselheiro e vocabulário de peão, era uma esperança para muitos. Era, digamos assim, um símbolo, pairando acima do bem e do mal. NaPresidência da República, barba aparada e terno sob medida (o vocabulário, infelizmente, não pôde ser melhorado por nenhum marqueteiro), ele não convence. Aquilo que antes era uma virtude eleitoral, como a aura de ex-operário e os constantes erros de concordância, que lhe davam um ar simpático de autêntico líder popular, de homem "vindo do povo", acaba pegando mal em um estadista. O Lula-operário e o Lula-presidente não são a mesma pessoa.
O Lula de hoje parece mais uma paródia de si mesmo, na época em que empunhava um microfone em assembléias de trabalhadores suarentos. Como candidato derrotado (em 1989, 1994 e 1998), ainda mantinha um certo ar digno de combatente, de vítima dos eternos "donos do poder". Podia culpar os outros à vontade pelos seus fracassos, a Rede Globo, as multinacionais, a CIA. Agora, como presidente, a história é outra. Não pode mais fazer uma oposição estridente e irresponsável, como nos anos FHC. O próprio Lula reconheceu isso, ao afirmar, pouco depois da eleição, que a partir daquele momento não faria mais "bravatas", como vinha fazendo até então. Fosse outro, seria acusado de farsante. Uma vez no governo, não há a quem culpar, a não ser que se apele – como fez nos primeiros meses – à suposta "herança maldita" de FHC, herança esta que o governo Lula vem mantendo religiosamente, na forma da política financeira de Palocci, Meirelles e companhia. Não pode tampouco dizer que lhe falta apoio – não após dois anos de lua-de-mel, o maior crédito dado a um chefe de Estado em toda a História do país.
Lula deveria ter aprendido com sua derrota de 1989, quando ainda defendia coisas como moratória, o que o impediu de transformar o Brasil numa Nicarágua. Ou com a de 1994, quando dizia que o Plano Real era um estelionato como fora o Cruzado na época do Sarney. Se tivesse se aposentado da política em 2002, antes de ser eleito, iria manter imaculada sua biografia. Passaria para os livros de História como uma espécie de Rui Barbosa, a consciência moral da República Velha, ou como um Ulysses Guimarães, políticos que jamais tiveram o infortúnio de virarem alvos de críticas dos "de baixo" porque jamais chegaram à presidência. Poderia até mesmo aspirar ao altar da santidade, juntando-se a Tancredo Neves, que teve a sorte de morrer antes de tomar posse, poupando os brasileiros da oportunidade de se desiludirem com ele como presidente. Como oposicionista, Lula era um líder e uma referência. Como o supremo mandatário da nação, será lembrado de maneira bem menos condescendente. Definitivamente, a eleição fez mal a Lula.
Em segundo lugar, o PT, que nasceu para ser pedra, simplesmente não se encaixa no papel de vidraça. Nascido para derrubar o capitalismo, teve que moldar-se a este, ao longo do tempo, assumindo para si a missão de administrá-lo, tarefa que não faz de maneira melhor que o PSDB ou o PFL. A experiência das prefeituras e governos estaduais conquistados pelo PT, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, não parecem muito animadoras. Além disso, se governar, em uma definição clássica, é administrar conflitos, o PT vai mal, muito mal. Porque, antes de tudo, seria necessário resolver seus próprios confrontos internos, que não são poucos. É difícil administrar um país imenso e complexo como o Brasil se o partido governante está cortado em diversas facções, desde "moderados" até admiradores confessos de Fidel Castro e defensores impenitentes da luta armada.
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Diz a lenda que o primeiro-ministro de um país socialista, ao ser obrigado a deixar o cargo, em um dos inúmeros expurgos, entregou ao seu sucessor duas cartas. A primeira, ele recomendou que deveria ser aberta quando aquele assumisse o posto; a outra, somente quando passasse por sérias dificuldades. O sucessor agradeceu o conselho e abriu o primeiro envelope, no qual havia a seguinte mensagem:
– Culpe seu antecessor.
O zeloso burocrata cumpriu escrupulosamente o conselho, atirando a responsabilidade por todos os problemas do país no governante anterior, tachando-o dos piores adjetivos: revisionista, traidor, agente do imperialismo etc. Durante algum tempo, as coisas andaram bem. Alguns anos depois, o dedicado apparatchik se achava em sérios problemas. Lembrou-se, então, do conselho e abriu o segundo envelope. Lá dizia:
– Escreva uma carta.
Esta pequena anedota serve para ilustrar uma situação que já se tornou corrente em vários países, e que agora se repete no Brasil: a esquerda – e aqui entendo por "esquerda" a todos os partidos e agremiações que se apresentam como tal – simplesmente não sabegovernar. Sua atitude, quando no governo, mostra-se ora diametralmente contraditória a de quando está na oposição, ora leva a tragédias históricas. Em qualquer dos casos, sua atitude se assemelha à piada, na sua recusa em admitir os próprios erros e em sua obstinação em atribui-los a outros.
O maior exemplo dessa crônica inaptidão para conduzir os negócios do Estado nos está sendo dado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Não, não digo isso porque quero achincalhar o nosso presidente, assim como seu partido, o PT. Tanto um como o outro já têm detratores demais, e a cada dia o Planalto produz matéria-prima para críticas ferozes e sarcásticas. Faço-o porque, sem cinismo e com toda sinceridade, quero ajudá-los. Por isso aí vão algumas observações que, espero humildemente e sem qualquer pretensão, sejam úteis a algum assessor do nosso companheiro-presidente.
Em primeiro lugar, o pior que poderia acontecer ao próprio Lula e ao PT foi terem chegado ao poder. Este foi, sem dúvida, o maior erro que poderia ter cometido o nosso querido ex-metalúrgico e seu partido. Explico. Lula, quando na oposição, funcionava melhor. Ex-dirigente sindical, líder das greves do ABC paulista no final dos anos 70, encarnava como poucos a luta da sociedade civil contra a ditadura militar em sua fase terminal. Com sua carranca e barba desgrenhada, sua voz rouca, seu jeitão messiânico de Antônio Conselheiro e vocabulário de peão, era uma esperança para muitos. Era, digamos assim, um símbolo, pairando acima do bem e do mal. NaPresidência da República, barba aparada e terno sob medida (o vocabulário, infelizmente, não pôde ser melhorado por nenhum marqueteiro), ele não convence. Aquilo que antes era uma virtude eleitoral, como a aura de ex-operário e os constantes erros de concordância, que lhe davam um ar simpático de autêntico líder popular, de homem "vindo do povo", acaba pegando mal em um estadista. O Lula-operário e o Lula-presidente não são a mesma pessoa.
O Lula de hoje parece mais uma paródia de si mesmo, na época em que empunhava um microfone em assembléias de trabalhadores suarentos. Como candidato derrotado (em 1989, 1994 e 1998), ainda mantinha um certo ar digno de combatente, de vítima dos eternos "donos do poder". Podia culpar os outros à vontade pelos seus fracassos, a Rede Globo, as multinacionais, a CIA. Agora, como presidente, a história é outra. Não pode mais fazer uma oposição estridente e irresponsável, como nos anos FHC. O próprio Lula reconheceu isso, ao afirmar, pouco depois da eleição, que a partir daquele momento não faria mais "bravatas", como vinha fazendo até então. Fosse outro, seria acusado de farsante. Uma vez no governo, não há a quem culpar, a não ser que se apele – como fez nos primeiros meses – à suposta "herança maldita" de FHC, herança esta que o governo Lula vem mantendo religiosamente, na forma da política financeira de Palocci, Meirelles e companhia. Não pode tampouco dizer que lhe falta apoio – não após dois anos de lua-de-mel, o maior crédito dado a um chefe de Estado em toda a História do país.
Lula deveria ter aprendido com sua derrota de 1989, quando ainda defendia coisas como moratória, o que o impediu de transformar o Brasil numa Nicarágua. Ou com a de 1994, quando dizia que o Plano Real era um estelionato como fora o Cruzado na época do Sarney. Se tivesse se aposentado da política em 2002, antes de ser eleito, iria manter imaculada sua biografia. Passaria para os livros de História como uma espécie de Rui Barbosa, a consciência moral da República Velha, ou como um Ulysses Guimarães, políticos que jamais tiveram o infortúnio de virarem alvos de críticas dos "de baixo" porque jamais chegaram à presidência. Poderia até mesmo aspirar ao altar da santidade, juntando-se a Tancredo Neves, que teve a sorte de morrer antes de tomar posse, poupando os brasileiros da oportunidade de se desiludirem com ele como presidente. Como oposicionista, Lula era um líder e uma referência. Como o supremo mandatário da nação, será lembrado de maneira bem menos condescendente. Definitivamente, a eleição fez mal a Lula.
Em segundo lugar, o PT, que nasceu para ser pedra, simplesmente não se encaixa no papel de vidraça. Nascido para derrubar o capitalismo, teve que moldar-se a este, ao longo do tempo, assumindo para si a missão de administrá-lo, tarefa que não faz de maneira melhor que o PSDB ou o PFL. A experiência das prefeituras e governos estaduais conquistados pelo PT, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, não parecem muito animadoras. Além disso, se governar, em uma definição clássica, é administrar conflitos, o PT vai mal, muito mal. Porque, antes de tudo, seria necessário resolver seus próprios confrontos internos, que não são poucos. É difícil administrar um país imenso e complexo como o Brasil se o partido governante está cortado em diversas facções, desde "moderados" até admiradores confessos de Fidel Castro e defensores impenitentes da luta armada.
A exemplo de Lula, o poder faz mal ao PT. Se tivesse continuado na oposição, o partido – que já se orgulhou de ser o maior partido de esquerda da América Latina, e um dos maiores do mundo – desempenharia um papel muito mais produtivo pela igualdade e justiça social, fiscalizando, cobrando e denunciando. Não precisaria passar pelo espetáculo deprimente das vaias recebidas por Lula no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, nem ver aclamado pelos freqüentadores dessa mistura de Woodstock com feira de produtos ideológicos (a maioria com data de validade vencida), como o novo guia genial dos povos, a figura grotesca e histriônica de Hugo Chávez. Certamente, não haveria a revoada de dissidentes, que abandonam o barco petista para criar siglas como o P-SOL da senadora Heloísa Helena e do deputado Babá. Estes, sim, estão no bem-bom, livres de qualquer meio-termo: não precisam passar pela provação de governar, podendo posar de palmatória do mundo. É difícil para um partido que passou 25 anos esbravejando contra o "sistema" se ver subitamente colocado à frente deste e sair sem um arranhão.
Os petistas sempre apresentaram essa proliferação de frações internas como uma prova de que o PT é um partido democrático e pluralista. Desse modo, pensam encontrar uma justificativa para a ambigüidade em que este sempre navegou. Partido que se diz socialista, mas que rejeita, pelo menos oficialmente, o marxismo radical e a social-democracia. Dos trabalhadores, mas dominado por intelectuais, muitos deles saudosos do stalinismo. Verdadeira salada (indigesta) de correntes as mais antagônicas: reformistas, ex-comunistas, trotskistas etc. Anti-neoliberal e inclinado ao estatismo e ao dirigismo, mas aliado do PL. Integrado ao sistema eleitoral, mas crítico da "democracia burguesa". Não, o PT não é democrático. É confuso.
O último exemplo da confusão do PT no poder foi dado pelo presidente do partido, José Genoíno, quando tentou justificar a derrota acachapante dos candidatos petistas à presidência da Câmara dos Deputados, que acabou abocanhada pelo impagável deputado pernambucano Severino Cavalcanti. Genoíno disse que a derrota tinha sido do PT, não do governo. Falso. O PT é governo, e se tivesse ganho a eleição na Câmara, iria dizer que foi uma vitória do governo. Lula e José Dirceu iriam aparecer na TV sorrindo de orelha à orelha, e certamente iriam comemorar o feito como uma vitória do PT – e do governo. Estranha lógica esta, que faz o presidente nacional do partido oficialista tentar separar o mesmo do governo do qual faz parte...
Como se vê, não são apenas as já incontáveis gafes presidenciais ou o desgaste natural que todo governo, seja qual for, acaba inevitavelmente sofrendo com o passar do tempo, o que tornou a eleição de Lula em 2002 um mau negócio para o mesmo e para o PT. Tampouco o loteamento do Estado entre os companheiros de partido e de campanha, uma política externa capenga com traços de terceiro-mundismo ou mesmo casos de corrupção como o de Valdomiro Diniz. A questão é bem mais profunda. Diz respeito à desorientação geral da esquerda, incapaz de formular uma proposta política viável, sobretudo após a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS. No Brasil, esta questão passou em branco nos últimos anos. O resultado é o governo de Lula e do PT.
Claro, há uma saída para tudo isso, mas sinceramente não acredito que o PT a seguirá: repetir o gesto de humildade dos partidos socialistas e comunistas europeus, que após 1989 reviram profundamente suas teses e renunciaram, pública e oficialmente, ao marxismo, em todas as suas formas. Para não dizerem que este é um texto só de críticas, que se locupleta na oposição – como o PT, antes de assumir as rédeas do Estado –, sem apresentar nenhuma sugestão, é este o conselho que dou aos petistas e seus simpatizantes para sair do dilema em que sua ascensão ao poder os colocou: sejam mais humildes, menos soberbos, e revejam suas idéias. Acima de tudo, abandonem a postura arrogante de donos da verdade. É hora de admitir a própria incompetência. Quem sabe, assim, um dia, aprenderão a governar. E não precisarão abrir a segunda carta.
Os petistas sempre apresentaram essa proliferação de frações internas como uma prova de que o PT é um partido democrático e pluralista. Desse modo, pensam encontrar uma justificativa para a ambigüidade em que este sempre navegou. Partido que se diz socialista, mas que rejeita, pelo menos oficialmente, o marxismo radical e a social-democracia. Dos trabalhadores, mas dominado por intelectuais, muitos deles saudosos do stalinismo. Verdadeira salada (indigesta) de correntes as mais antagônicas: reformistas, ex-comunistas, trotskistas etc. Anti-neoliberal e inclinado ao estatismo e ao dirigismo, mas aliado do PL. Integrado ao sistema eleitoral, mas crítico da "democracia burguesa". Não, o PT não é democrático. É confuso.
O último exemplo da confusão do PT no poder foi dado pelo presidente do partido, José Genoíno, quando tentou justificar a derrota acachapante dos candidatos petistas à presidência da Câmara dos Deputados, que acabou abocanhada pelo impagável deputado pernambucano Severino Cavalcanti. Genoíno disse que a derrota tinha sido do PT, não do governo. Falso. O PT é governo, e se tivesse ganho a eleição na Câmara, iria dizer que foi uma vitória do governo. Lula e José Dirceu iriam aparecer na TV sorrindo de orelha à orelha, e certamente iriam comemorar o feito como uma vitória do PT – e do governo. Estranha lógica esta, que faz o presidente nacional do partido oficialista tentar separar o mesmo do governo do qual faz parte...
Como se vê, não são apenas as já incontáveis gafes presidenciais ou o desgaste natural que todo governo, seja qual for, acaba inevitavelmente sofrendo com o passar do tempo, o que tornou a eleição de Lula em 2002 um mau negócio para o mesmo e para o PT. Tampouco o loteamento do Estado entre os companheiros de partido e de campanha, uma política externa capenga com traços de terceiro-mundismo ou mesmo casos de corrupção como o de Valdomiro Diniz. A questão é bem mais profunda. Diz respeito à desorientação geral da esquerda, incapaz de formular uma proposta política viável, sobretudo após a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS. No Brasil, esta questão passou em branco nos últimos anos. O resultado é o governo de Lula e do PT.
Claro, há uma saída para tudo isso, mas sinceramente não acredito que o PT a seguirá: repetir o gesto de humildade dos partidos socialistas e comunistas europeus, que após 1989 reviram profundamente suas teses e renunciaram, pública e oficialmente, ao marxismo, em todas as suas formas. Para não dizerem que este é um texto só de críticas, que se locupleta na oposição – como o PT, antes de assumir as rédeas do Estado –, sem apresentar nenhuma sugestão, é este o conselho que dou aos petistas e seus simpatizantes para sair do dilema em que sua ascensão ao poder os colocou: sejam mais humildes, menos soberbos, e revejam suas idéias. Acima de tudo, abandonem a postura arrogante de donos da verdade. É hora de admitir a própria incompetência. Quem sabe, assim, um dia, aprenderão a governar. E não precisarão abrir a segunda carta.
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