segunda-feira, novembro 05, 2012

BYE-BYE, OBAMA

Quem quer que seja o vencedor das eleições presidenciais nos EUA este ano, uma coisa é certa: o mito Barack Hussein Obama chegou ao fim. Acabou. Já era. Foi para o saco. Kaput.

Quando surgiu – acredito que todos se lembram – Obama era o Ungido, o Messias, o Redentor da humanidade. Poucas vezes se viu oba-oba maior na História do universo (talvez um certo Apedeuta em um país da América do Sul, mas o culto a este, diferente do de Obama, foi gestado durante décadas). Obama, o presidente histórico, saiu literalmente do nada para partir as águas do Mar Vermelho e levar todos à terra prometida, tanto que decidiram premiar-lhe com o Nobel antes mesmo da posse. Com aquela pose estudada e aquele sorriso de mil dentes, era o presidente sexy dos sonhos de Arnaldo Jabor.

Hoje, quatro anos depois e obrigado a governar sem a ajuda do teleprompter, Obama não passa de uma pálida sombra do que muitos esperavam que ele poderia vir a ser um dia. Ganhando ou perdendo, não importa: sua estrela se apagou.

Primeiro, muitos que votaram entusiasticamente em Obama em 2008 acreditando que ele seria um pacifista – a maioria, arrisco-me a dizer – quebraram a cara: ele não somente aumentou para 30 mil o número dos soldados norte-americanos no Afeganistão, como deu continuidade e até intensificou muitos dos programas do demonizado George W. Bush em sua "guerra ao terror". Diante da dura realidade, rasgou promessas de campanha como o fechamento da prisão de Guantánamo, entre outras coisas. Igualzinho ao Bush. Mas tudo, claro, com dor no coração – afinal ele, Obama, é um "progressista"...

Pior: com Obama, os EUA passaram de potência temida e exportadora de democracia para uma potência envergonhada, que mais segue os fatos do que os determina. Basta ver a reação apalermada de Hillary Clinton ao assassinato do embaixador norte-americano na Líbia há algumas semanas. Com Obama, os EUA só faltam pedir desculpas por serem atacados por fanáticos islamitas. Avanço? Para estes últimos, talvez.

No plano doméstico, a economia continua à espera da recuperação, e políticas como o Obamacare, que, se para os brasileiros parece uma maravilha – infelizmente estamos viciados no Estado-babá assistencialista e paternalista –, geraram a maior manifestação de protesto da História dos EUA, quando mais de 1 milhão de pessoas saiu às ruas de Washington contra o plano de Obama de decidir sobre a saúde do cidadão (mas isso quase não saiu no noticiário). Quanto à crise econômica, além de injetar bilhões de ajuda a montadoras falidas, tudo que Obama fez até agora foi culpar o governo anterior e satanizar o big business, como se viu na campanha contra Mitt Romney, o que certamente deixa muita gente alegre - principalmente os que adorariam ver o fim do capitalismo (e da democracia). 

Isso sem falar nas perguntas ainda sem resposta sobre a biografia do atual ocupante da Casa Branca. Obama demorou quase quatro anos para mostrar um documento que supostamente provaria ser ele cidadão nato norte-americano, portanto legalmente apto a ser eleito para o mais alto cargo da nação. Agora, esnoba a oferta de 5 milhões de dólares do bilionário Donald Trump para apresentar seus registros de passaporte e histórico escolar. O que ele está esperando para calar de vez a boca dos birthers e do Donald Trump, aquele do topete ridículo? Em vez disso, acobertado por uma imprensa condescendente (já vimos esse filme…), fecha-se num silêncio tumular, e faz de conta que não é com ele. É certamente o presidente menos transparente da História dos EUA (e não me refiro, claro, à cor da pele).

Claro que seria exagerado dizer que nada de bom foi alcançado em quatro anos de governo Obama. Em sua presidência, os Navy Seals livraram o mundo de Osama Bin Laden, despachando o terrorista para o inferno de cristãos e muçulmanos. Mas pergunto: teria sido preciso esperar o advento de Santo Obama para isso? O serial killer só foi morto porque a espinha dorsal da Al-Qaeda foi quebrada ao longo de anos de luta, que começou em 2001. Mesmo a tão festejada retirada das tropas ianques do Iraque, por exemplo, só foi possível porque Bush Junior derrubou Saddam em primeiro lugar. O que Obama fez no terreno da segurança que não poderia ter sido feito, e com mais eficiência, por George W. Bush ou por John McCain?

Desde que surgiu pela primeira vez para os holofotes, desconfiei que Obama era mais uma patuscada global, mais uma falsa esperança dos politicamente corretos. Enquanto os botocudos batiam tambor para o demiurgo eu escrevia textos e mais textos dizendo o que ninguém queria ouvir – que Obama foi eleito por causa da cor da pele, e de uma gigantesca operação de marketing, talvez a maior de todos os tempos. Como sempre, eu estava indo na direção contrária à da manada. Ainda bem.

Nada disso, claro, faz qualquer diferença para os obamistas, tanto os de lá quanto os de cá (estes, aliás, são mais numerosos do que nos EUA, segundo as pesquisas). Para os devotos da seita, Obama é como Lula: um fracasso glorioso.

Bye-bye, Obama. No, you cant't.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me diga uma coisa Gustavo como é que em um país racista como os EUA, onde há assumidamente grupos neonazistas e onde um garoto negro foi morto recentemente na Florida confundido com um criminoso apenas por ser negro, um presidente poderia ter sido eleito por ser negro ? a meu ver não faz o menor sentido. Barack Obama era professor de Harvard, tem dois livros publicados e foi senador pelo estado do Havaí, você quer me dizer que nada disso significa nada para você ? A era Bush a meu ver trouxe incontáveis malefícios aos EUA e ao mundo, a guerra que ele sequer terminou no Iraque, deixou o país em frangalhos sem sequer iniciar a reconstrução.
Obama representa a mudança de uma era, a falida era Bush que fez o sentimento de anti-americanismo aumentar no mundo todo.
E ainda há essa conversa sem pé nem cabeça do Obama não ser americano, isso depois de ele ter sido senador , e sendo presidente já mostrou a certidão de nascimento, o que querem mais ?
A era Obama não acabou, e agora teremos mais quatro anos para provar este fato.

Zek