domingo, abril 21, 2013

FALA QUE EU RESPONDO


Estava com saudade de interagir com os leitores. Alguém que assina como "MimideLuvas" (?) me deu essa oportunidade. A respeito de meu texto COMO CRIAR UM "MOVIMENTO". OU: PEQUENO MANUAL DO LIBERTICIDA MODERNO, que escrevi inspirado no carnaval de intolerância demagógica protagonizado pelas patrulhas gayzistas contra o tal pastor "racista" e "homofóbico" na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, ela escreveu o seguinte: 

Faça a falácia da generalização para justificar o porque vc é implicante. Pq na verdade isso é tudo implicancia. Eu leio o seu blog ha muito tempo e ja vi que burro vc não é, muito pelo contrário. Como q casamento é vida privada gente? Herança, bens, tudo o que vem com ele não tem nada a ver com a vida privada da pessoa. Ter relações com pessoas do mesmo sexo não está em pauta em nenhuma reivindicação.E sobre o Feliciano, não é pq ele é racista e homofóbico, isso é problema dele e a sociedade não tem nada com isso. Mas a ULTIMA coisa q esse país precisa é de uma teocracia. E é assim q começa, aos poucos...Da mesma forma como vc disse q vida privada não pode ser fontes de direitos, a biblia não pode ser fonte de leis.Então esse artigo q vc fez foi unica e exclusivamente pra ser do contra, mas sem pensar efetivamente no problema...
 
Confesso que fiquei intrigado com a frase "Faça a falácia da generalização para justificar o porque você é implicante" (sic). O que quer dizer exatamente? E de quais "falácia" e "generalização" a autora da frase está falando? Mas deixa pra lá, não tenho culpa se alguém faltou às aulas de redação na escola. Ainda bem que a leitora não me acha burro. A se julgar, porém, por seu comentário, e levando-se em conta que ela diz que lê meu blog há muito tempo, tenho dúvidas se a recíproca é verdadeira.
 
Puxa, o casamento não é mais um assunto da vida privada, particular, pessoal? Não é mais um assunto de família, ou melhor, entre duas pessoas? Sério? Bom, nesse caso devo concluir que se tornou um assunto da vida pública. Um assunto de Estado, portanto. Deve ser divulgado no Diário Oficial da União?
 
Ah, mas e as heranças, bens etc.? Pois é. A legislação existente já permite que se deixe como herança o quê e quanto se quiser não importa a quem. Eu, se quiser, posso doar em testamento metade ou mesmo todos os meus bens para meu cachorro (se eu tivesse cachorro). E ninguém vai perguntar a opção sexual do beneficiado. Então?
 
É verdade, ter relações com pessoas do mesmo sexo não está na pauta do "movimento LGBT" etc. Até porque isso seria impossível (como defender, como bandeira política, o que se faz entre quatro paredes?...). A pauta, na verdade, é um pouco diferente: impor a censura e criminalizar o pensamento discordante. E isso pode ser alcançado ditando a padres ou pastores (ou a qualquer pessoa) o que eles devem dizer sobre a homossexualidade, sob pena de parar na cadeia por "homofobia".  A última coisa de que o Brasil precisa é de uma ditadura, seja teocrática ou gay. É assim que começa...
 
Quanto a Feliciano, creio que já disse o bastante. Não o defendo, e se dependesse de mim ele nem seria eleito deputado, para começo de conversa. Mas nem por isso vou sair por aí defendendo que se instaure o delito de opinião, algo que só existe em ditaduras. Além disso, ainda que Feliciano fosse "racista" e "homofóbico", seria preciso explicar o que fazem na mesma comissão deputados de partidos que apóiam ditaduras e dão abrigo a terroristas, como o PSOL de Jean Wyllys. E a sociedade tem a ver, sim, com isso!
 
Concordo que a Bíblia (ou o Corão, ou o Talmude, ou o Livro dos Espíritos) não deve ser fonte de direitos etc. e tal. Do mesmo modo, não posso aceitar que a agenda política de um "movimento", seja qual for, seja fonte de legislação. Assim como Estado e religião devem ser coisas separadas e distintas (como são), o Estado não deve também se confundir com partidos ou "movimentos". Quando isso ocorre, a democracia vai pras cucuias.
 
É isso. Mais sorte da próxima vez. Recomendo dar uma lida na Constituição antes, principalmente no Artigo referente à liberdade de expressão e de opinião. Lá não está escrito que as únicas opiniões permitidas são as "politicamente corretas", ou aquelas com as quais concordamos. Tampouco está escrito em algum lugar que é crime ser idiota. Se depender do implicante que escreve estas linhas, é assim que deve ser.

Viu como meu artigo "foi única e exclusivamente pra ser do contra", "sem pensar efetivamente no problema" etc.? Eu sou mesmo mau como um pica-pau... 

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