quinta-feira, outubro 02, 2008

Ainda o tal acordo ortográfico (ou apedêutico) - uma mensagem d'além-mar

Ora, pá! Quem diria, este blog cruzou o Atlântico. Recebo uma mensagem muito simpática (desta vez, sem ironia) do blogueiro "Maioria Silenciosa", que em sua página "Causa Vossa" reproduziu, lá na terrinha, os parágrafos finais de meu último post, como vocês podem ver aqui: http://causavossa.blogspot.com/2008/10/sobre-o-acordo-ortogrfico.html.
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No post, só para lembrar, eu menciono o culto da ignorância de nosso presidente Apedeuta e critico, como bom "do contra", o recente acordo ortográfico assinado alguns dias atrás, uma peça de inutilidade demagógica sem tamanho. O blogueiro parece concordar com minha opinião sobre o assunto - pelo visto, também em Portugal, há quem se oponha a essa empulhação. Também afirma, corretamente, que a principal vítima de tal acordo será a própria língua portuguesa, que tem na diversidade dos falares e da escrita sua maior riqueza. Ele está coberto de razão, quando diz que um brasileiro letrado - o que não é o caso de nosso presidente - não teria nenhuma dificuldade em compreender o português lisboeta ou angolano. Prova disso é que estou aqui comentando (ou "a comentar", como gostam nossos patrícios) uma mensagem sua.
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Faço apenas uma pequena ressalva: ao contrário do que se subentende do texto do referido blog, não sou parte da "intelligentsia" (que melhor seria chamar "burritsia") brasileira. Nem quero sê-lo. A "burritsia" brazuca, pelo menos a sua parte mais visível, já está completamente cooptada e atrelada aos companheiros esquerdistas no poder, tendo-se convertido em porta-voz do analfabetismo tornado virtude e da vigarice intelectual, como pode constarar qualquer um que leia os artigos diários na imprensa ou que vá a uma universidade brasileira.
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De minha parte, permaneço aqui, nesta trincheira de idéias, exército de um homem só, sem nenhum vínculo político-partidário a não ser com a liberdade, e sem nenhum compromisso senão com minha própria consciência. E vou continuar a escrever "assembléia", com acento, e a usar o trema em "tranqüilo" e "liqüidação", assim como grafar "vôo" e não "voo", não importa o que digam os nossos "unificadores por decreto" da Última Flor do Lácio. Antes de quererem forçar-nos todos a escrever do mesmo jeito, o que esses senhores querem, na verdade, é nos obrigar a parar de pensar. Ou a falar "menas", como diz quem botou sua assinatura nessa bobagem.

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