terça-feira, junho 17, 2008

TARSO GENRO, O CAPITÃO DO MATO


Flagrante do momento em que um dos boxeadores cubanos "praticamente implorava" para voltar a Cuba, segundo Tarso Genro


Em agosto passado, dois boxeadores cubanos que participavam dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro desertaram de sua delegação. Tentavam fugir de Cuba e alcançar a Europa.

Imediatamente, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acionou a Polícia Federal para encontrar os dois fugitivos, localizados no litoral do RJ.
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Atendendo a um pedido pessoal de Fidel Castro, o governo Lula deportou os dois atletas de volta a Cuba, em tempo recorde, longe das câmeras da imprensa. Para isso, usou um avião fretado especialmente para a ocasião por Hugo Chávez.
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Setores de oposição e organizações de defesa dos direitos humanos criticaram a rapidez inédita do processo de expulsão - entre outras coisas, os dois atletas não tiveram direito a manter contato com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Respondendo às críticas, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que os dois boxeadores haviam se arrependido, recusaram oferta de refúgio, estavam com saudades de casa e "praticamente imploraram para retornar a Cuba".
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Disse, ainda, que a decisão de deportar os cubanos era perfeitamente legal e que o governo não iria "seqüestrar os dois para criar um fato político", como desejariam setores da oposição.
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Na tribuna do Senado, o Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que, como todo bom petista, só defende boas causas, fez coro a Tarso Genro, defendendo a atitude do governo na questão. Afirmou confiar, inclusive, que os dois pugilistas teriam os direitos plenamente garantidos quando retornassem a Cuba.

Após terem sido entregues pelo governo brasileiro às autoridades cubanas, os dois pugilistas foram proibidos, pelo regime cubano, de competir no exterior para todo o sempre. Com a ajuda de Eduardo Suplicy.
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Há alguns dias, um dos boxeadores, Erislandy Lara, que "praticamente implorou" para voltar a Cuba, segundo Tarso Genro, fugiu para a Alemanha, onde pediu asilo.

Teria mudado de idéia? Ou, o que parece mais factível, teria sido seqüestrado pelas autoridades alemãs?

Tarso Genro, que, como todos os petistas, é um defensor dos direitos humanos, deve estar preocupadíssimo com essa gravíssima violação do direito de ir e vir do pugilista cubano pelo governo da Alemanha. Deve estar pensando, inclusive, em levar o caso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU...
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Com a fuga de Erislandy Lara para a Alemanha, toda a pantomima oficial criada pelo governo Lula sobre o caso caiu por terra. Tarso Genro está desmascarado como o arquiteto de uma gigantesca farsa.

O caso é gravíssimo.

Arrisco-me a dizer que é mais grave do que a morte dos três adolescentes entregues pelo Exército a um bando de narcotraficantes rival no Rio de Janeiro.

Nesse caso, os militares agiram como cúmplices de assassinato, cometido por traficantes cariocas. Agiram como bandidos, e não como membros da instituição, e deverão responder criminalmente por isso.

No caso dos dois pugilistas cubanos, porém, foi o governo do Brasil, o Ministério da Justiça, que atuou conscientemente, usando toda a sua máquina burocrática, para devolver a uma ditadura dois refugiados.

No Rio, os militares envolvidos - e não a instituição das Forças Armadas - são cúmplices de um crime de assassinato.

No caso da deportação-relâmpago dos dois cubanos, o governo é culpado de seqüestro e de cumplicidade com uma tirania.
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Em 9 de agosto de 2007, escrevi o seguinte:

"O erro dos pugilistas cubanos foi terem acreditado que, ao decidirem não retornar à ilha-prisão, permaneceriam num país livre e democrático. Num país cujo governo coloca os direitos humanos e a democracia acima das simpatias ideológicas por uma ditadura falida e brutal. Erraram de país. No Brasil lulista, as autoridades não se contentam em justificar as peripécias de um Evo Morales ou de um Hugo Chávez: agora se prestam também a servir de capitão do mato de um tirano senil e assassino."

Tarso Genro mentiu.

Lula mentiu.

Tarso Genro, o capitão do mato.

Lula, o feitor de escravos.

Esse é um governo que realmente defende e respeita os direitos humanos.

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