domingo, dezembro 30, 2012

FELIZ 2013!

COM OS SINCEROS VOTOS DE QUE NOSSOS SONHOS SE REALIZEM NO ANO QUE SE INICIA...

TORTURANDO A REALIDADE. OU: A SUPERIORIDADE MORAL DAS DEMOCRACIAS

 
Ando meio sem assunto nos últimos dias. Culpa, talvez, do clima "paz e amor" que toma conta de tudo e de todos nesta época do ano, e certamente também dos esquerdopatas - é tedioso refutar suas imposturas, admito. Mas vou quebrar a regra e dar um pouco de atenção a alguém, que se assina "E agora, José?" (ah, esses apelidos engraçadinhos... o que leva alguém a se identificar desse jeito? Freud explica). Pois o tal "E agora, José?" deu-se ao trabalho de enviar um comentário a meu texto "O BODE EXPIATÓRIO DO MUNDO", em que trato do antiamericanismo, essa doença infantil dos idiotas à esquerda e à direita. Eis o que diz o rapaz (ou a moça, sei lá):

Excelente matéria da revista "Veja" (19 de dezembro de 2012) sobre a Tortura. Matéria: "A volta dos Suplícios" p. 130-132, falando justamente sobre a prática de simulação de afogamento utilizada pelos EUA para torturar seus presos políticos.

Como diz a matéria no final: " É claro que a tortura, às vezes, é eficaz. Em outras, é ineficaz. Mas em qualquer situação é crime"!
 
Sei não... A se julgar pelo nome do(a) remetente, e do contexto em que o comentário está inserido, deduzo que se trata de (posso estar enganado, mas vamos lá) uma, digamos, "crítica" à minha visão sobre a enfermidade antiamericana, em especial sobre os, digamos, "argumentos" pretensamente humanistas brandidos pelos inimigos dos EUA (e da espécie humana) para enfrentar e derrotar a ameaça terrorista (em geral, os mesmos que fazem contorcionismos mentais para justificar os atentados terroristas como uma forma de "resistência"...). Mais especificamente, seria uma crítica aos métodos adotados pelas forças de segurança dos EUA e seus aliados contra os terroristas. Mais especificamente ainda (estou fazendo isso na base do chute), o alvo da crítica seria a controversa prática do waterboarding, de que já tratei aqui em outros textos.
 
Muito bem. Caso o que vem acima esteja certo, e o autor do comentário realmente esteja mirando nesse alvo, sinto dizer, mas ele(a) errou de endereço.
 
Concordo plenamente com a matéria da VEJA. Não uso de eufemismos. Waterboarding é tortura. E tortura é crime. Ponto final. Moral e politicamente, torturar um prisioneiro, seja por qual método for, é indefensável. Desafio qualquer um a mostrar algum trecho de qualquer post meu em que me afasto, por mínimo que seja, dessa afirmação. A tal ponto que até acho estranho alguém ter-se dado ao trabalho de mencionar a referida matéria.
 
Assim como tenho horror à tortura, chego a perder a paciência com quem insinua qualquer equivalência moral entre os Navy Seals e a Al Qaeda ou o Talibã (ou entre Israel e o Hamas). Comparar os métodos (e os objetivos) de uns e de outros, de forma a dizer que são todos iguais do ponto de vista da moralidade, é uma ofensa grave à razão e à inteligência.  Fico ainda mais convencido disso quando, ao ler o mesmo texto de autoria de André Petry, correspondente da revista em Nova York, deparo com um trecho que eu subscreveria tranquilamente. Por sorte (e, talvez, azar de quem mandou o comentário), tenho um exemplar da revista na minha frente. E lá está escrito, na mesma matéria, à página 132, segundo parágrafo:       
 
As democracias ocidentais - e os Estados Unidos entre elas, é claro - são moralmente superiores aos terroristas da Al Qaeda e seus protetores. Elas atuam sob o império da lei, sob a égide de uma Constituição, dão satisfação à opinião pública e, flagrados no erro, abrem investigações, punem os infratores e tentam corrigir o rumo. Soldados americanos torturaram guerrilheiros vietcongues. Foram processados e punidos. A França pagou um alto preço pelo uso da tortura na guerra da Argélia.  Nada disso, como se sabe, acontece no universo do terrorismo. [...]
 
Preciso dizer que assino embaixo?
 
(Talvez quem mandou o comentário seja uma dessas almas sensíveis que ficaram horrorizadas no ano passado com a morte de Osama Bin Laden, em particular com o fato de que as informações que levaram os EUA até ele foram obtidas por meio de waterboarding. Nesse caso, insisto em saber que outro meio, mais eficaz e menos doloroso, essas nobres almas propõem para obter tais informações e chegar ao megaterrorista. Aguardo resposta.)
 
Uma das características da parvoíce é disfarçar-se de sabedoria, fazendo uma leitura muito parcial e seletiva da realidade para defender imposturas e preconceitos. Isso se manifesta na tentativa, por exemplo, de acusar os que defendem a superioridade moral dos EUA e de Israel em relação a seus inimigos de "defensores da tortura", o que é uma clara demonstração de desonestidade intelectual e de fasificação da verdade. Que práticas como o waterboarding, que raramente deixam sequelas físicas, sejam consideradas uma forma de tortura nos EUA, sendo, inclusive, objeto de debate público (alguém consegue visualizar tal fato em Cuba ou na Coréia do Norte?), e que aqueles que a empregam em nome da segurança nacional sejam execrados e punidos, é uma prova mais que suficiente de que os EUA tratam seus prisioneiros de forma muito mais humana do que seus inimigos o fazem. Estes, ao contrário dos americanos, não possuem tais escrúpulos morais. Desafio qualquer um a refutar esse fato.
 
Em todos os textos que escrevi sobre o tema tentei deixar claro meu posicionamento contrário à tortura e a favor da democracia contra o terrorismo. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito de muitos que ficam "indignados" com o tratamento dado pelas autoridades americanas e israelenses aos terroristas da Al Qaeda ou do Hamas - os quais não têm, aliás, nenhum pudor no uso de métodos de interrogatório muito mais duros do que o waterboarding... Alguém tem alguma dúvida quanto a isso?
 
Mas querer que aqueles cujas mentes estão poluídas pelo veneno do antiamericanismo (e de seu complemento quase obrigatório, o antissemitismo, velado ou não) entendam esse fato fundamental talvez seja pedir-lhes demais. Para essas pessoas, nenhum fato ou argumento é suficiente para mostrar-lhes que a causa dos EUA e de Israel contra o terrorismo é, na verdade, a causa da civilização contra a barbárie. Para eles, os antiamericanos, analisar os fatos e enxergar o essencial é uma forma de... tortura. 
 
Em resumo, eu posso dormir com a consciência tranquila, pois me oponho à tortura e defendo a democracia.
 
E o autor do comentário, será que pode dizer o mesmo?
 
E agora, José?

terça-feira, dezembro 18, 2012

MAIS UM MASSACRE - E MAIS UMA PERGUNTA SEM RESPOSTA

Tem histórias que, de tanto se repetirem, ficam monótonas.

Vejam o alarido dos desarmamentistas - como é insistente esse pessoal! - após o último massacre ocorrido nos EUA. Há alguns dias, um débil mental entrou armado numa escola primária no estado de Connecticut e fuzilou 28 pessoas, a maioria crianças, antes de suicidar-se com um tiro. Foi a senha para o lobby anti-armas, estimulado pelas lágrimas reptilianas de Obama, voltarem a agitar suas bandeiras.

Nem precisei esperar a notícia acabar e eu já sabia exatamente, palavra por palavra, o que diria a turma "da paz", adepta do gun control. Como em 100% dos casos envolvendo pessoas e armas de fogo, o discurso já estava pronto: revoguem a segunda emenda da Constituição, proíbam-se as armas, e as vítimas ainda estariam vivas. Impeçam o cidadão de ter acesso legalmente a armas, e casos assim não ocorrerão jamais. Retirem as armas de circulação, e todos viverão felizes para sempre. É o que sempre dizem em tais casos, e é o que sempre dirão. 

Em vários textos, tratei desse tema - quem tiver interesse, é só pesquisar -, de modo que, mais uma vez, não irei repetir os argumentos que usei para demonstrar a falácia essencial do discurso desarmamentista. Como da última vez, vou me limitar a fazer uma pergunta (é simples, não é tão difícil de responder). É a seguinte:

Por que assassinos como o de Sandy Hook sempre escolhem, para abrir fogo e cometer suas chacinas, lugares como escolas, templos religiosos ou escritórios, e não, por exemplo, uma feira de armas ou um clube de tiro?

Já fiz essa mesma pergunta antes. Fiquei sem resposta. Será que terei alguma, desta vez?

A propósito, se me perguntarem que resposta eu daria para casos como o de massacre em New Town, eu a tenho na ponta da língua. Só não sei se o calibre da resposta seria 12 ou 45.  

terça-feira, dezembro 11, 2012

PARA VIVER 105 ANOS (SEGUNDO OSCAR NIEMEYER)


Depois de derramar baldes de lágrimas nos últimos dias com todas as homenagens oficiais e oficiosas ao "gênio" Oscar Niemeyer, e de compará-las com sua vida e suas ideias, cheguei a uma conclusão.

Trata-se de uma receita para quem quiser viver 105 anos (tal como o "gênio"). Acho que a encontrei. Ei-la.

Além das dicas de saúde de praxe, que todos mais ou menos conhecem (não fumar nem beber em excesso, praticar exercícios físicos regularmente, alimentar-se bem etc.), o segredo da longevidade consiste no seguinte:

- Gostar do próprio trabalho. Principalmente se não precisar enfrentar concorrência - se for projetando prédios em que você não precise trabalhar, melhor;

- Ser idolatrado por uma multidão de adoradores, que não cansam de repetir como você é genial, divino e maravilhoso, um bambambã, a última bolacha do pacote. A ponto de citarem até a maior banalidade dita por você como se fosse um aforismo de Pascal ou um soneto de Shakespeare;

e, o mais importante,

- Ser um completo idiota em política. Por exemplo: considerando um "homem admirável" um dos maiores tiranos e assassinos da História e enaltecendo um regime genocida que deixou mais de 100 milhões de mortos (o que o torna, na prática, um cúmplice moral desses crimes contra a humanidade). Para esses, infelizmente, o segredo da longevidade de Niemeyer chegou tarde demais.

Ao contrário de Oscar Niemeyer e de outros ícones da esquerda como José Saramago e Eric Hobsbawn, não preencho nenhum dos requisitos acima. Por isso, dificilmente chegarei aos 100 anos de idade. Tampouco receberei flores de Fidel Castro e serei enterrado ao som da "Internacional Comunista". Mas, pelo menos, morrerei feliz com minha consciência.

P.S.: Vejam uma pequena amostra da "genialidade" do grande arquiteto e derradeiro stalinista: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.gr/2009/01/ideologia-gag-de-niemeyer.html